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No ar em ‘A Dona do Pedaço’, ator Lee Taylor conquista o público

Ele soma a popularidade da TV ao prestígio alcançado no teatro e garante participações em projeto da Netflix

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 1 nov 2019, 10h53 - Publicado em 1 nov 2019, 06h00
O artista goiano: peças com Antunes Filho, curso de interpretação e série na Netflix (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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O investigador de polícia Camilo, interpretado por Lee Taylor na novela global A Dona do Pedaço, mantém a mulher (vivida por Paolla Oliveira) em cativeiro, sem acesso ao celular, e lhe nega o direito de comer. O público reagiu ao personagem e, em tempos de redes sociais, chegou a enviar mensagens ameaçadoras ao artista. “Existe o lado bom de que o espectador se revolta diante de tanta agressividade, mas é triste perceber a alienação de quem confunde realidade com ficção”, comenta o ator goiano, de 35 anos, que não se preocupou em tomar medidas de segurança.

Lee mora em São Paulo desde 2002, e Camilo é seu terceiro papel na Globo. O primeiro foi Martim, o ético filho do coronel representado por Antonio Fagundes em Velho Chico (2016). “As pessoas me abraçavam no supermercado e, hoje, não me reconhecem como o mesmo intérprete”, lembra ele, que ainda integrou a série Onde Nascem os Fortes (2018). Lee demorou a ceder à televisão. A sondagem inicial rolou em 2007, depois do estouro de A Pedra do Reino, seu primeiro espetáculo profissional, comandado por Antunes Filho. Ele estudou nove anos com o diretor e se firmou como protagonista também das peças Senhora dos Afogados (2008), A Falecida Vapt-Vupt (2009) e Policarpo Quaresma (2010).

Antunes, morto em maio, ainda guia o artista. “Trabalhei com grandes nomes da TV e do cinema, e não existe ninguém como ele”, diz. Há seis anos Lee é coordenador e professor do Núcleo de Artes Cênicas (NAC), que forma atores gratuitamente. Seu objetivo é desenvolver e aprofundar a personalidade cênica de cada um. As vinte vagas oferecidas no começo de 2019 interessaram 800 candidatos. O artista também pode ser visto desde o dia 25 na série Irmandade, da Netflix, na pele de um presidiário, e cogita dedicar-se à direção de audiovisuais. Focado no ofício, Lee reconhece que atingiu a meta pretendida ao sair de Goiânia para cursar teatro na USP: sempre garantiu o próprio sustento, já que a ajuda dos pais era inviável. Lee Taylor é um cara do bem e, como grande ator, convence a todos do contrário.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 06 de novembro de 2019, edição nº 2659.

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