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PT confirma Lula em ato na Paulista nesta sexta

O protesto será realizado às 16h, no vão livre do Masp, na Avenida Paulista; em evento no Facebook, há 14 000 presenças confirmadas

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 11h34 - Publicado em 18 mar 2016, 09h51
Lula Ministro
Lula Ministro (Reprodução/)
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O Partido dos Trabalhadores confirmou a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em manifestação marcada para as 16h desta sexta (18) em São Paulo. O evento, chamado de Ato em Defesa da Democracia, dos Direitos Sociais e contra o Golpe, será na Avenida Paulista, com concentração em frente ao Masp. 

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A segurança dos manifestantes é uma das principais preocupações dos organizadores. Desde a noite de quarta (16), quando Lula aceitou o convite para chefiar a Casa Civil do governo Dilma Rousseff e quando foram divulgados grampos de conversas da presidente com o ex-mandatário, grupos anti-governo tomaram a Paulista. 

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Em vídeo divulgado em redes sociais, o presidente do Diretório Estadual do PT, Emídio de Souza, pediu calma aos manifestantes e pediu que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) garanta a segurança de quem estiver no local. “Governador exigimos que tenhamos o mesmo aparato visto no domingo [em protesto anti-governo]. Venha a público garantir que a polícia evite a presença de provocadores.”

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Na gravação, Souza pediu que a militância que vai às ruas hoje não reaja caso seja provocada por oposicionistas. “Companheiros, mantenham a calma, a tranquilidade. Não aceitem provocação, mas também não aceitem ser intimidados por ninguém”, afirmou. Emídio disse ainda que a direita está “assanhada” depois que Lula tomou posse como ministro. “Eles sabem que o Lula pode ajudar a reorganizar o nosso governo e a retomar o nosso projeto. É natural que a direita reaja a isso.” 

Emídio conclamou os militantes a receberem Lula. “É preciso que a nossa militância esteja presente. Onde desfiou o ódio, é preciso desfilar agora os valores democráticos.”

Organizado pelo PT, pela CUT e pela Frente Brasil Popular de São Paulo, o evento contava com a confirmação de cerca de 30 000 pessoas no Facebook. 

Procurado, o Instituto Lula disse que a presença  não está confirmada. Ele esteve na tarde dessa quinta (17) em Brasília para a nomeação como ministro da Casa Civil. A Justiça Federal, no entanto, deferiu liminar barrado o empossamento do ex-presidente. 

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Também na qunita foi divulgado um vídeo de artistas como Letícia Sabatella, Zezé Polessa, Zélia Duncan, Gregório Duvivier e Laerte Coutinho em defesa da democracia e contra a corrupção.

Carta

Após ter tido a posse barrada pela Justiça Lula divulgou um carta divulgou carta aberta na qual diz esperar por justiça.

Leia a íntegra:

Carta aberta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

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Creio nas instituições democráticas, na relação independente e harmônica entre os Poderes da República, conforme estabelecido na Constituição Federal.

Dos membros do Poder Judiciário espero, como todos os brasileiros, isenção e firmeza para distribuir a Justiça e garantir o cumprimento da lei e o respeito inarredável ao estado de direito.

Creio também nos critérios da impessoalidade, imparcialidade e equilíbrio que norteiam os magistrados incumbidos desta nobre missão.

Por acreditar nas instituições e nas pessoas que as encarnam, recorri ao Supremo Tribunal Federal sempre que necessário, especialmente nestas últimas semanas, para garantir direitos e prerrogativas que não me alcançam exclusivamente, mas a cada cidadão e a toda a sociedade.

Nos oito anos em que exerci a presidência da República, por decisão soberana do povo – fonte primeira e insubstituível do exercício do poder nas democracias – tive oportunidade de demonstrar apreço e respeito pelo Judiciário.

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Não o fiz apenas por palavras, mas mantendo uma relação cotidiana de respeito, diálogo e cooperação; na prática, que é o critério mais justo da verdade.

Em meu governo, quando o Supremo Tribunal Federal considerou-se afrontado pela suspeita de que seu então presidente teria sido vítima de escuta telefônica, não me perdi em considerações sobre a origem ou a veracidade das evidências apresentadas.

Naquela ocasião, apresentei de pleno a resposta que me pareceu adequada para preservar a dignidade da Suprema Corte, e para que as suspeitas fossem livremente investigadas e se chegasse, assim, à verdade dos fatos.

Agi daquela forma não apenas porque teriam sido expostas a intimidade e as opiniões dos interlocutores.

Agi por respeito à instituição do Judiciário e porque me pareceu também a atitude adequada diante das responsabilidades que me haviam sido confiadas pelo povo brasileiro.

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Nas últimas semanas, como todos sabem, é a minha intimidade, de minha esposa e meus filhos, dos meus companheiros de trabalho que tem sido violentada por meio de vazamentos ilegais de informações que deveriam estar sob a guarda da Justiça.

Sob o manto de processos conhecidos primeiro pela imprensa e só depois pelos diretamente e legalmente interessados, foram praticado atos injustificáveis de violência contra minha pessoa e de minha família.

Nesta situação extrema, em que me foram subtraídos direitos fundamentais por agentes do estado, externei minha inconformidade em conversas pessoais, que jamais teriam ultrapassado os limites da confidencialidade, se não fossem expostas publicamente por uma decisão judicial que ofende a lei e o direito.

Não espero que ministros e ministras da Suprema Corte compartilhem minhas posições pessoais e políticas.

Mas não me conformo que, neste episódio, palavras extraídas ilegalmente de conversas pessoais, protegidas pelo Artigo 5º. da Constituição, tornem-se objeto de juízos derrogatórios sobre meu caráter.

Não me conformo que se palavras ditas em particular sejam tratadas como ofensa pública, antes de se proceder a um exame imparcial, isento e corajoso do levantamento ilegal do sigilo das informações.

Não me conformo que o juízo personalíssimo de valor se sobreponha ao direito.

Não tive acesso a grandes estudos formais, como sabem os brasileiros. Não sou doutor, letrado, jurisconsulto. Mas sei, como todo ser humano, distinguir o certo do errado; o justo do injusto.

Os tristes e vergonhosos episódios das últimas semanas não me farão descrer da instituição do Poder Judiciário. Nem me farão perder a esperança no discernimento, no equilíbrio e no senso de proporção de ministros e ministras da Suprema Corte.

Justiça, simplesmente justiça, é o que espero, para mim e para todos, na vigência plena do estado de direito democrático.

Luiz Inácio Lula da Silva.”

 

 

 

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