Ativistas marcam mutirão para reparar danos no Largo da Batata
Eles pretendem limpar canteiros, cuidar das plantas e consertar estruturas que foram danificadas durante o Carnaval
“A Batata levou uma surra de folia, teve móveis atropelados, canteiros de plantas pisoteados, árvores entortadas e vasos usados como lata de lixo”, diz a descrição do evento no Facebook “Batata Pós-Carnaval”, que pretende levar voluntários para limpar e consertar os estragos causados durante o Carnaval no Largo da Batata, em Pinheiros, na Zona Oeste da cidade. O evento ocorrerá nesta sexta-feira (12), às 19 horas.
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Na manhã desta quinta-feira (11), integrantes do grupo de ativistas “A Batata Precisa de Você” andavam pelo pedaço fazendo um levantamento do estrago. A página deles no Facebook se encheu de críticas nos últimos dias, com fotos de lixo e móveis danificados. O artista visual Raphael Franco, de 30 anos, media um mobiliário e sacudia para ver se a estrutura era estável. “Com o tempo, é normal dar uma enfraquecida, mas durante o Carnaval houve uma acelerada no processo”, disse à reportagem.
A parte interna do banco, onde havia plantadas ervas aromáticas e uma árvore, se via repleta de latas, garrafas de vidro e lixo. A peça custou cerca de 15 000 reais. “Já aquele”, disse Franco, apontando para uma estrutura de metal e cordas azul a poucos metros de distância, “estava inteiro da última vez que eu vim aqui, na semana passada”.
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O Trançado, mobiliário de sombra, instalado no final do ano passado, continha cordas arrebentadas e uma parte de metal retorcida. Um dos ativistas circulava a estrutura com uma faixa amarela, interditando-a.
“A culpa não é do Carnaval; não foram 7 000 pessoas em um bloco que fizeram isso, mas dois ou três que se penduraram e não pensaram que poderia quebrar”, ressalta o engenheiro civil Lao Napolitano. “Trata-se de um trabalho para o resto da vida. Não acusamos a população, só queremos consertar os estragos e conscientizar as pessoas”, disse Laura Sobral, também integrante do coletivo. “Temos que ver a rua como a nossa casa. Sujou a louça, é preciso lavá-la. Qualquer ajuda se mostra necessária.”
No último fim de semana, a prefeitura montou um palco para abrigar shows de Carnaval na região. Parte do Largo foi cercado com grades e quem quisesse alcançar o pedaço, deveria abrir mão de garrafas de vidro. As atrações serguiam das 18 horas às 22 horas. Alguns blocos também desfilaram por ali e concentraram grande número de foliões.
Porém, nesta quinta-feira (11), ainda era possível ver cacos de vidro e garrafas abandonadas em canteiros e no parque infantil. Os banheiros químicos exalavam odores ruins. Um deles tinha uma das portas quebradas e um rastro de sujeira no entorno.
“Já limparam bastante aqui, estava pior”, disse o vendedor Edvaldo Jesus Almeida, que trabalha em uma floricultura próxima. “Nós precisamos lavar as portas de ferro daqui para tirar o cheiro.”
O lado da prefeitura
A Secretaria Municipal de Cultura afirma que desde o período de pré-carnaval, entre os dias 29 e 31 de janeiro, medidas de conservação estão sendo tomadas na região do Largo da Batata e seu entorno. No primeiro fim de semana de festa, árvores e canteiros haviam sido cercados. A medida foi reforçada durante o feriado de Carnaval, quando além do cercamento, retiraram-se também os itens de mobiliário urbano instalados na praça e armazenados de forma segura nas imediações.
Com relação à segurança, foram contratados profissionais terceirizados que atuaram sob a supervisão da Guarda Civil Metropolitana. As equipes ficavam no local do momento do fechamento até a reabertura da Avenida Faria Lima, o que ocorria cerca de uma hora e meia depois da finalização das atividades artísticas do palco.
Ao longo de todos os dias que o Largo recebeu programação, equipes de fiscalização da Subprefeitura de Pinheiros atuaram no perímetro para inibir a venda de bebidas em garrafas de vidro e vendedores ambulantes ilegais. A Subprefeitura Pinheiros informa que os banheiros químicos são limpos diariamente, durante as madrugadas.