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Rua João Miguel Jarra: campeã de buracos

Obra da Comgás deixa a via, na Vila Madalena, digna de circuito de rali

Por Renata Sagradi
Atualizado em 5 dez 2016, 18h33 - Publicado em 15 out 2010, 23h07

Uma pequena rua da Vila Madalena é exemplo do descaso das concessionárias de serviço público com o asfalto paulistano. Ao longo de seus 350 metros de extensão, a Rua João Miguel Jarra apresenta ao menos 25 buracos mal remendados. Por ela ser uma via de mão dupla e ter o estacionamento permitido em ambos os lados, os motoristas encontram dificuldade para desviar de tantos obstáculos. Por trás, ou melhor, por baixo dessa buraqueira toda está a Comgás. Desde 16 de agosto, a companhia realiza obras emergenciais e de renovação da rede de gás natural da região. As intervenções teriam sido finalizadas no último dia 10, conforme a empresa informou à Subprefeitura de Pinheiros. De acordo com o comunicado, o processo de recapeamento da pista estaria terminado. Não é o que se vê ali.

A Subprefeitura de Pinheiros prometeu que realizaria, ainda na semana passada, uma vistoria no local. Caso constate que a via não foi devidamente reparada, poderá cobrar da concessionária 2 000 reais por metro quadrado que não cumpra as especificações. Até julho deste ano, essa multa era de apenas 150 reais por metro quadrado, uma piada. A Comgás terá ainda 48 horas para refazer o serviço. “Quando são recapeados de modo superficial, esses buracos podem causar acidentes graves”, afirma o engenheiro Luiz Célio Bottura, consultor de trânsito. “Sem falar nos estragos que trazem aos veículos.” Juntas, as concessionárias de serviço público que atuam em São Paulo, como Comgás, Sabesp, Telefonica e Eletropaulo, chegam a abrir 50 000 buracos por mês. Quando não honram o compromisso de deixar tudo em ordem após as obras, elas colaboram para piorar ainda mais o já sofrido asfalto de nossa cidade.

Que buraqueira!

50 000

valas são abertas todo mês pelas concessionárias nas ruas paulistanas

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2 000

reais por metro quadrado é a multa prevista em casos de irregularidade na finalização das obras

1,1 milhão

de reais foi o total arrecadado com essas penalizações pela prefeitura em 2009

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