Carol Maluhy: a nova arquiteta predileta da elite paulistana
Ex-estagiária de Isay Weinfeld, ela já projetou lojas de grife e casas de famosos
Em 2000, recém-chegada de uma pós-graduação na Itália, com 24 anos e quase nenhuma experiência, Carolina Maluhy meteu na cabeça que deveria trabalhar com o arquiteto Isay Weinfeld, que tem na bagagem projetos badalados como a boate Disco e o hotel Fasano. Foi recebida com um chega pra lá. “Não contrato estagiário”, afirmou ele. Ao primeiro não, seguiram-se outras quatro tentativas ao longo de seis meses, até que Weinfeld decidiu aceitar a novata em seu escritório por um trimestre. “Acabei sendo contratada e ficando lá por cinco anos.” Hoje, aos 35, a moça bem-nascida, filha de fazendeiro, é uma figura jovem entre as primeiras opções das altas-rodas paulistanas para projetar suas casas e empresas, em um grupo de arquitetos no qual predominam cinquentões como João Armentano e Sig Bergamin.
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Entre outros destaques do portfólio, Carolina já projetou várias lojas dos Jardins, para marcas como Ermenegildo Zegna, e as moradas de empresários como Daniel Klabin (KM Papel) e Manuel Tavares (Banco Luso Brasileiro). Participou também, com o mestre Weinfeld, da casa de campo de Zeco Auriemo, dono da incorporadora JHSF, em Porto Feliz, a 126 quilômetros da capital.
“Carolina mistura irreverência com refinamento e tem um ótimo olhar para a moda”, diz a estilista Cris Barros, que a contratou para projetar sua casa no Jardim Europa e todas as sete lojas da grife que leva seu nome. Ao receber a reportagem em sua residência, ao som de uma seleção musical eclética, que vai de Creedence a Kiss, a arquiteta confirma em seu visual estiloso o perfil de garota antenada. Com botas, calça apertada, camiseta branca e uma jaqueta florida, poderia muito bem passar por uma das cantoras paulistanas da nova geração. Suas paixões, contudo, sempre foram as artes plásticas e a arquitetura.
Formada pela Northeastern University, de Boston, e com pós na Saci Università, de Florença, ela comanda, ao lado da sócia Isis Chaulon, uma equipe de doze profissionais. De seu estilo, destacam-se soluções experimentais, como garagens integradas com aparelhos de academia de ginástica, pisos de madeira propositadamente riscados com bucha de aço e relevo em paredes de concreto. “Questiono, por exemplo, por que uma casa tem de ter suítes.” Tudo, é claro, na sintonia das preferências do cliente. “No caso da residência de campo do Zeco Auriemo, ele queria um espaço onde pudesse receber amigos e expor suas obras de arte. Deixei as paredes livres de texturas, para não tirar a atenção das esculturas.”
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Moradora do Jardim Paulistano desde a infância, ela fala com orgulho sobre sua nova casa, que está sendo erguida no mesmo bairro onde vive com os dois filhos, de 2 e 5 anos, e com o marido, o investidor italiano Niccolo Ballaratti. No endereço, a chave será a integração dos ambientes, de forma um tanto inusitada. “As crianças dormirão em um espaço único com um grande banheiro aberto e uma área conjunta para estudo”, descreve. “Já o nosso quarto integra closet, banheiro, ambiente de leitura e um grande jardim-pátio interno.”
TRABALHOS NOBRES
Alguns dos projetos da profissional
■ Loja Ermenegildo Zegna, na Rua Haddock Lobo
■ Oito unidades da grife Trousseau, em São Paulo e no Rio
■ Sede da grife Alexandre Birman, na Rua Oscar Freire
■ Casas de empresários como Manuel Tavares (Banco Luso Brasileiro) e Pedro Biagi (ex-Pink Elephant)