Anhembi de cara nova
Reforma de 22 milhões de reais traz mais conforto e tecnologia ao complexo
Para uma cidade que recebe 11 milhões de visitantes anualmente e concentra 120 das 160 maiores feiras de negócios do país, não fica nada bem ter seu mais tradicional centro de exposições com o teto cheio de goteiras, paredes descascadas, carpete esburacado e estofamento puído. Mas, até pouco tempo atrás, era esse o cenário encontrado pelos mais de 11 000 expositores que alugam espaços no Parque Anhembi todos os anos. “Chegamos a contar 400 focos de infiltração no teto do Pavilhão de Exposições e, durante uma das últimas edições do Salão do Automóvel, choveu em cima de uma Maserati”, lembra Armando Arruda Pereira, presidente da União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe). No Palácio das Convenções, que recebeu mais de setenta congressos, shows, seminários e workshops, além de cerca de oitenta cerimônias de formatura em 2008, o palco do auditório principal estava tomado por cupins e apenas sete das 56 lâmpadas do lustre funcionavam. Na semana passada, finalmente, após uma reforma que custou 22 milhões de reais, a situação começou a mudar. Os 6 000 médicos que compareceram ao Congresso Mundial de Otorrino-laringo-logia encontraram o local tinindo de novo.
A reforma teve início em outubro de 2007 e deve se estender até o fim deste ano. Mas já trouxe benefícios. O telhado foi impermeabilizado e ganhou isolamento acústico. Com a derrubada dos mezaninos norte e sul, a área útil do Pavilhão de Exposições aumentou em 6 000 metros quadrados. O Palácio das Convenções teve a sua área ampliada em 4 000 metros quadrados com a transformação de uma garagem em dois novos halls. O estacionamento, com capacidade para 7 500 veículos, ganhou cancelas automáticas. Os auditórios Elis Regina e Celso Furtado foram pintados e receberam acessos para deficientes. E os anfiteatros menores tiveram o carpete rasgado substituído por piso vinílico. Outras melhorias incluem uma cozinha industrial, a reforma dos banheiros e a construção de um vestiário para os montadores das feiras. “Agora podemos trazer visitantes do exterior para cá sem passar vergonha”, afirma Paulo Pontes, professor da Universidade Federal de São Paulo e presidente do congresso de otorrinolaringologistas. “Pela primeira vez, a São Paulo Turismo, que administra o espaço, está deixando de pôr a culpa nas gestões anteriores e implementando as mudanças que a modernidade exige”, diz Juan Pablo de Vera, presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, que realiza ali dezesseis feiras por ano. As próximas etapas da reforma preveem a instalação de câmeras de segurança, a troca do sistema de ar condicionado e a implantação de uma rede de internet sem fio.
Os números de um gigante
Inaugurado em 1970, o Anhembi divide com o Expo Center Norte o título de o principal centro de exposições e eventos da cidade
400 000 metros quadrados
é sua área total, contando os pavilhões, as salas de eventos, a Arena e o Sambódromo
67,7 milhões de reais
foi a receita do Parque Anhembi com locação de espaços e estacionamento no ano passado
174 600 reais
é o valor máximo do aluguel diário do principal pavilhão
650 000 pessoas
estiveram no último Salão do Automóvel, a feira mais visitada do complexo
18 feiras
de negócios anuais mantêm a agenda dos pavilhões praticamente lotada até 2014
10 000 metros quadrados
foi a área ganha com a reforma
Tempo de mudança
Detalhes da primeira grande intervenção no Anhembi em 39 anos
Fachada: visual renovado e teto livre de goteiras
Banheiros: agora com vestiários para os montadores das feiras
Anfiteatro: novo piso vinílico e rampa para deficientes
Cozinha industrial: capacidade de produzir 2 000 refeições por dia