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Ana Paola, a mais rebelde integrante da família Diniz

Empresária provoca mal-estar entre os irmãos com atividades de fundação contra o câncer

Por Ana Soares Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 out 2017, 06h00 - Publicado em 27 out 2017, 06h00

Foram cerca de 600 000 dólares arrecadados, quase 2 milhões de reais. Nada mau para um primeiro leilão beneficente internacional. Em 7 de setembro, a noite de gala reuniu no Cipriani, badalado espaço de eventos em Nova York, mais de 100 personalidades, como o ator Reynaldo Gianecchini e a cantora americana Demi Lovato. A festa teve o propósito de levantar dinheiro para a Fundação Alcides & Rosaura Diniz (ARD Foundation).

A organização foi criada em janeiro pela empresária Ana Paola Diniz com o objetivo de financiar pesquisas para tratamentos contra o câncer. Em 2006, Alcides (irmão de Abilio Diniz e ex-executivo do Pão de Açúcar) faleceu, aos 63 anos, depois de quase uma década de batalha contra um tumor na bexiga que se espalhou por diversos órgãos.

“Essa entidade é a realização de um sonho, uma forma digna de homenagear meu pai”, diz a fundadora. Ela não abre valores, mas estima-se que tenha doado 3 milhões de reais, parte de sua herança, para iniciar esse trabalho.

Evento beneficente em Nova York (Antonio de Moraes Barros Filho/Getty Image/Veja SP)

O relacionamento de Ana Paola com os parentes mais chegados, que já era distante, azedou de vez devido ao surgimento da ARD, ainda que ela tenha sido criada em nome de uma boa causa. Felipe, Dinho e Carola, seus irmãos, não foram consultados sobre a associação que leva o nome dos pais e romperam relações.

Segundo pessoas próximas, eles torcem pelo sucesso da organização, mas não confiam na capacidade de Ana Paola como gestora e temem que o negócio possa gerar problemas no futuro.  Procurados por VEJA SÃO PAULO, eles não quiseram comentar o assunto. Nenhum outro Diniz apareceu no leilão em Nova York nem doou sequer um centavo à causa. A empresária não se abala. “Deletei esse pessoal da minha vida”, diz. “Sou a ovelha negra da família e nunca segui o rebanho.”

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Ainda menina, Ana já demonstrava temperamento rebelde. Aos 15 anos, acabou expulsa do Colégio Gávea, no Morumbi. “Bagunçava demais”, admite. Enquanto a maioria dos parentes se formou em instituições renomadas no Brasil e no exterior, Ana fez um curso técnico de quarenta horas de inseminação artificial em gado no Pará.

Mudou-se para o estado aos 17 anos, após trocar alianças com o pecuarista Luiz Augusto Rodrigues da Cunha. “Andava armada e era amiga do Paulinho Paiakan”, lembra, referindo-se ao índio preso por estupro em 1992.

O casamento durou quatro anos. Hoje, aos 45, ela tem um filho, Luiz Guilherme, 17, fruto de um relacionamento com o engenheiro Dacio Pretoni. Desde dezembro mora com o empresário e modelo Carlos da Cruz, ex de Cristiana Arcangeli, dona de marcas nas áreas de saúde e bem-estar. Em abril, em uma festa para promover as atividades da ARD, na mansão de Ana no Morumbi, Cruz pediu-a em casamento no palco. “Faremos uma bela cerimônia na mesma data, em 2018”, planeja o noivo.

Até o fim do ano passado, Ana Paola dividia seu tempo entre a atividade de fashionista (possui mais de 650 000 seguidores no Instagram e é queridinha do estilista italiano Roberto Cavalli) e a administração do Malabo Pet Resort, em Sorocaba. O empreendimento foi criado há dez anos, após um investimento de 20 milhões de reais.

A piscina para cães do resort (Alexandre Battibugli)

Com pacotes de 680 a 2 300 reais, o hotel é frequentado por pets de celebridades como a blogueira Gabriela Pugliesi. O local dispõe de centro cirúrgico e tem piscina e esteira exclusivas para os bichos. Além de receber os hóspedes, ela cria 320 cães das raças rhodesian e chihuahua e vira-latas abandonados.

O local também abriga um “zoológico” particular, com uma alpaca, duas lhamas, dois lobos, duas porcas, seis aves de rapina, oito casais de araras-azuis, vinte cabras e 44 cacatuas. O custo mensal para a manutenção do espaço gira em torno de 200 000 reais.

Daqui para a frente, a empresária pretende dedicar mais tempo à nova fundação. Entre as primeiras ações, a entidade deve desembolsar 1,6 milhão de reais no ano que vem em uma pesquisa para desenvolver medicamentos 80% mais baratos de imunoterapia, indicada para o tratamento de melanoma, câncer de pulmão e de rim e linfoma de Hodgkin.

O beijo em Ricky Martin em noite de gala no ano passado (Reprodução Instagram/Veja SP)

Hoje, um paciente precisa gastar cerca de 400 000 reais por ano para ter acesso aos medicamentos. A ideia da organização surgiu em abril de 2016, quando Ana arrematou por 323 000 reais um belo french kiss do cantor Ricky Martin durante a noite de gala da amfAR (associação que financia pesquisas para a cura da aids), promovida anualmente pelos irmãos da empresária, Felipe e Dinho Diniz. “Foi maravilhoso”, conta. “Ele beija muito bem e consegui a visibilidade necessária para realizar meu grande sonho.”

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