Pinacoteca recebe retrospectiva do fotógrafo russo Alexandr Ródtchenko
Mostra "Revolução na Fotografia" reúne 170 trabalhos realizados de 1924 a 1954
O modernismo russo-soviético viu florescer uma geração brilhante nas primeiras décadas do século passado, nas mais variadas áreas, entre elas poesia (Vladimir Maiakovski), prosa (Mikhail Bulgákov), música (Dmitri Shostakovich), pintura (Kasimir Malevich) e cinema (Sergei Eisenstein). Soma-se a esses nomes o fotógrafo Alexandr Ródtchenko (1891-1956), que, como os colegas vanguardistas, sofreria a pressão do regime doutrinário e ditatorial de Josef Stalin. Ele é homenageado por meio de uma retrospectiva trazida ao Brasil pelo Instituto Moreira Salles e exibida na Pinacoteca do Estado a partir de sábado (19). “Revolução na Fotografia” amealha 170 trabalhos realizados de 1924 a 1954.
Também pintor e artista gráfico, Ródtchenko conseguiu ser revolucionário de fato com a câmera na mão. A começar pela impressionante habilidade em fazer fotomontagens, criando imagens baseadas em várias outras. Esse procedimento rendeu cartazes satíricos e ilustrações para livros. O russo recorreu ainda a retratos da mãe (um registro pungente), do amigo Maiakovski e de atrizes e diretores de cinema. Fiel à rigidez construtiva desde os anos em que era pintor, soube explorar como poucos o potencial de sombras e o abstracionismo de formas geométricas e arquitetônicas para chegar a planos e composições inovadores em flagrantes urbanos, caso de “Degraus” e da famosa “Moça com uma Leica”.