Norival Rizzo e Fábio Assunção fazem boa parceria em “Adultérios”
Diretor Alexandre Reineke consegue manter o tom de Woody Allen, autor da comédia
Muitos filmes do cineasta americano Woody Allen, principalmente os produzidos nas décadas de 70 e 80, têm ligação estreita com o teatro. São fitas com um número reduzido de personagens, poucas locações e diálogos secos e afiadíssimos. Escrita em 1995, a comédia em um ato Adultérios é uma rara incursão de Allen nos palcos depois de consagrado nas telas.
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Ambientada em Nova York, a história enfoca o confronto entre dois homens. Enquanto espera pela amante (participação da atriz Carol Mariottini), o roteirista Jim Swain (o ator Norival Rizzo) conhece Fred (interpretado por Fábio Assunção), um morador de rua. O mendigo o acusa de ter roubado suas ideias para um longa-metragem.
Na direção do espetáculo, Alexandre Reinecke respeitou o estilo de Allen sem tentar reproduzi-lo. Colocou em cena uma história simples e enxuta, quase sem brechas para improvisos, com o objetivo de valorizar o elenco e divertir o público em sua curta duração. Norival Rizzo, como sempre, transita sem esforço na pele do roteirista. Extrai graça e não pesa a mão em gestos ou entonações. Fábio Assunção, por sua vez, transmite no tempo certo o transtorno mental do personagem e foge da caricatura para aproveitar as tiradas bem-humoradas.
Durante a temporada, a afinada dupla poderá passar por um desafio extra: o revezamento de papéis a cada apresentação. Se a química resultou positiva e equilibrada na primeira (e mais ousada) tentativa, ver Assunção como o escritor engomadinho e Rizzo na pele do vagabundo deve manter a diversão sem altos e baixos.
AVALIAÇÃO ✪✪✪