3 perguntas para… Wilson das Neves
Músico apresenta as faixas dos álbuns que lançou como cantor na sexta (4), no Sesc Pompeia
Durante a turnê de Chico Buarque, o baterista carioca Wilson das Neves, de 75 anos, costuma roubar a cena nos espetáculos. Isso não se deve apenas aos duetos nas canções “Sou Eu” e Tereza da Praia”, mas por seu habitual bom humor no palco. Apesar de ter começado cedo como instrumentista, só aos 60 anos se arriscou nos microfones e revelou-se um ótimo intérprete. Em apresentação na Choperia do Sesc Pompeia, ele mostra faixas dos três álbuns lançados no posto de cantor.
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VEJA SÃO PAULO — O senhor fica bastante à vontade nos shows de Chico Buarque. De onde vem essa desenvoltura?
Wilson das Neves — Todo aquele alvoroço deixa o Chico inibido, então eu tento descontrair. Como está tudo escuro e eu não enxergo ninguém na plateia, me solto. É aí que converso, peço para as pessoas me aplaudirem, dou risada… Tenho carta branca da chefia para fazer de tudo ali. Em São Paulo, uma garota até invadiu o palco. Os seguranças pensaram que a moça iria correr atrás do Chico, mas, tadinha, ela só queria me dar um abraço. É bom interagir com a juventude nesta altura da vida.
VEJA SÃO PAULO — Como surgiu a ideia de ter seu próximo álbum, “Se Me Chamar, ô Sorte”, financiado pelos fãs na internet?
Wilson das Neves — Eu nem sabia que existia essa possibilidade. Foi uma ideia dos produtores e, se der certo, é sinal de que estão prestando atenção em mim. Neste disco vai ter choro, samba, coco e várias parcerias, entre elas Paulo César Pinheiro e Nelson Sargento. Vou incluir também uma nova do Chico Buarque, “Samba para João”, em homenagem ao meu bisneto de 3 anos. O CD não deve demorar para sair e, no mesmo período, pretendo lançar um livro e um DVD sobre a minha vida. Ô sorte (risos)!
VEJA SÃO PAULO — O que o senhor está preparando para o show no Sesc Pompeia?
Wilson das Neves — Eu sempre misturo músicas dos discos “O Som Sagrado de Wilson das Neves” (1996), “Brasão de Orfeu” (2004) e “Pra Gente Fazer Mais Um Samba” (2010). Se eu não fizer isso, começo a esquecer as letras. Aí dá problema.