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3 perguntas para… Leopoldo Pacheco

O ator fala sobre seu tempo na comédia e o drama Piedade, em cartaz no Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 18h58 - Publicado em 5 fev 2010, 17h20

Depois de três anos vivendo uma personagem feminina na comédia Amigas, Pero No Mucho, o paulistano Leopoldo Pacheco, de 49 anos, volta ao drama como o escritor Euclides da Cunha (1866-1909). Piedade reconstitui o trágico triângulo envolvendo o autor de Os Sertões, sua mulher, Ana, e o amante dela, Dilermando de Assis.

Personagens reais exigem responsabilidade extra? Gosto de tipos complicados, malucos. Existe, claro, uma responsabilidade com Euclides pelo seu valor histórico, mas procuro criar meu próprio personagem. Não quis ver nada, nem a minissérie com Tarcísio Meira. Acho impressionante como um homem de tanto caráter, com uma visão tão moderna de Brasil, possa ter encontrado tanta dificuldade na vida afetiva.

Como foi reencontrar um texto dramático depois de Amigas, Pero no Mucho? Sempre fiz trabalhos densos. Por isso, quando leio uma peça como Piedade, me encanto mais rapidamente. Amigas, Pero no Mucho foi minha primeira comédia em 29 anos de carreira. Graças a essa experiência, hoje eu olho para a felicidade com mais leveza, consigo achar humor nas coisas, inclusive no próprio Euclides.

Há seis anos você passou a fazer TV — ficou conhecido por papéis como o Cemil, de Belíssima (2005). De que forma isso se refl etiu no teatro? Volto ao palco com mais gás. As difi culdades são as mesmas. Em 2007, montei o monólogo A Javanesa, um projeto pessoal. E sofri muito ao ver o teatro sem público. No meu caso, o efeito parece contrário. As pessoas que sempre acompanharam as peças me procuram para comentar as novelas.

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