Depois de interpretar o conquistador André em “Insensato Coração”, o ator baiano Lázaro Ramos, de 33 anos, está dando um tempo das novelas. Ainda assim, ele não para. Após um período em Salvador para rever amigos e parentes, começou a gravar a nova temporada de seu programa “Espelho”, do Canal Brasil, e voltou aos cinemas na sexta-feira na estreia da comédia “Amanhã Nunca Mais”.
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VEJA SÃO PAULO – Você chegou à TV e fez três novelas como protagonista. Foi uma questão de sorte ou falta de bons atores?
Lázaro Ramos – O cinema me tornou conhecido, e minha primeira experiência de popularidade na TV foi no quadro “Os Cinco Sentidos”, do Fantástico, anterior a “Cobras & Lagartos”. Nesta novela, o Foguinho, meu personagem, era carismático e um anti-herói na linha do Beto Rockfeller e do Roque Santeiro. Em seguida, os autores escreveram pensando em mim: Aguinaldo Silva me presenteou com o Evilásio de “Duas Caras” e o Gilberto Braga, com o André de “Insensato Coração”. Não sei se é sorte, acredito que tudo esteja ligado com a minha trajetória. Um papel me atrai pelo fato de ele ser diferente do anterior. Estou no Rio de Janeiro há onze anos e, nas 22 peças que fiz na Bahia antes de ir para lá, eu já pensava assim.
VEJA SÃO PAULO – Teve vontade de encarar novas experiências como cineasta depois de dirigir o curta-metragem “Como as Nuvens São” para o projeto “Cel.U.Cine”?
Lázaro Ramos – Sou essencialmente um ator e, quando não estou atuando, faço outras coisas somente porque quero emitir uma opinião. Foi assim ao escrever o livro infantil “A Velha Sentada”, ao comandar meu programa “Espelho” ou dirigir a peça “Namíbia, Não!”, em cartaz no Rio. Certa vez, preparei o argumento de um filme, mandei para um amigo cineasta e ele me retornou com dez páginas de críticas. Desisti de ir em frente, achei que estava muito verde. Se eu fosse dirigir, seria por pura vaidade.
VEJA SÃO PAULO –
Você foi pai em junho. O que acha da superexposição dos filhos de famosos na mídia?
Lázaro Ramos – Tem gente que opta por isso, mas para mim não faz o menor sentido. Minha vida é totalmente desinteressante e normal. Fico até com vergonha quando jornalistas me perguntam algo pessoal. Acho prejudicial essa superexposição porque transforma o artista num personagem e a vida dele numa novela. Isso acaba tirando o encantamento de seus trabalhos. Oferecer ilusão ao público é uma capacidade muito preciosa.