Em 1º de setembro, Warley Santos e Yuri Senna, casal de empreendedores sociais de 24 anos, foram ao Mineirão torcer pelo time do coração, o Cruzeiro, em partida contra o Vasco. Trocaram carinhos discretos e não perceberam quando foram filmados e fotografados por torcedores. Dois dias depois, souberam por amigos que suas fotos e vídeos haviam viralizado em grupos de WhatsApp com mensagens homofóbicas. “Nossa primeira reação foi ter muito medo, até de ser reconhecido na rua e sofrer violência”, lembra Senna.

Ao perceber a dupla acuada, amigos se mobilizaram e montaram uma campanha de apoio. Em questão de horas, receberam 500 mensagens de pessoas que recriminavam a discriminação e davam força aos companheiros. Eles ficaram mais motivados e, na terça (10), Senna usou o vídeo para homenagear o namorado. “Criei coragem ao perceber que não estamos sozinhos”, lembra. Até agora, já teve quase 80 000 curtidas e mais de 8 000 compartilhamentos. Assista:

Santos também retribuiu as mensagens carinhosas. As equipes de comunicação do Cruzeiro e também do Mineirão chamaram o casal para uma reunião, que ocorreu há uma semana. “Eles quiseram ouvir a gente, saber como nos sentimos e o que podem fazer para melhorar nossa experiência no estádio”, conta Senna. Cruzeirense desde criança e frequentador de estádios a partir de 2006, ele está com medo de voltar às arquibancadas. “Percebemos o empenho da equipe, mas vamos esperar para ver se o cenário melhora”, finaliza.

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