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Ex-engenheiro paulistano larga a carreira para rodar o planeta em uma bike

Após atravessar o interior do Tocantins e descobrir o extremo Norte da Noruega, este ano Nestor Freire vai pedalar de Santa Catarina até o Rio Grande do Sul

Por Maria Alice Prado
25 jun 2021, 06h00
Nestor Freire aparece agachado ao lado de sua bike. Veste colete verde e bandana. Ao fundo, na rodovia, a foto mostra duas placas verdes grandes.
Nestor Freire, criador do Projeto Giraventura, que promove expedições de bike pelo mundo. (Arquivo Pessoal/Reprodução)
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Ex-engenheiro mecânico, Nestor Freire, 54, encerrou 25 anos de carreira para viver de expedições de bicicleta. Em 2013, o paulistano criou o Projeto Giraventura, roteiro para pedalar durante quinze anos por diferentes partes do mundo em busca de autoconhecimento. Na bagagem, ele acumula experiências como atravessar o interior do Tocantins com temperaturas acima de 50 graus, passar a noite na aldeia da tribo indígena Tukay, no Amapá, e cruzar 7 quilômetros de um túnel submarino a 212 metros abaixo do nível do mar, no extremo norte da Noruega (apesar da claustrofobia que tem desde criança).

Em junho, ele deixou o apartamento na Zona Sul de São Paulo para mais uma das “viagens autossuficientes”. Nestor vai pedalar de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, a Gramado, no Rio Grande do Sul, totalizando 590 quilômetros em doze dias.

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A ideia é simular o frio abaixo de zero que enfrentaria na Islândia, na fase de 2021 — rota adiada devido ao fechamento das fronteiras causado pela pandemia.

As viagens e seus desafios rendem histórias, palestras e cursos sobre desenvolvimento e inteligência emocional e a travessia de 2019, do sul da Argentina ao norte da Noruega, deu vida a um livro de mesmo nome. No ano passado, foi a vez de percorrer os extremos do Brasil de bicicleta. Nestor saiu de Oiapoque, no Amapá, com destino a Chuí, no Rio Grande do Sul.

Sozinho e sem patrocínio de marcas, o viajante depende da ajuda de locais e turistas para conseguir abrigo e alimento. “Do interior do Pará a Copenhague, na Dinamarca, a solidariedade é o que tem de comum em todos. Às vezes, as pessoas tinham muito pouco, mas ainda tentavam me apoiar.”

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Publicado em VEJA São Paulo de 30 de junho de 2021, edição nº 2744

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