Delegado preso em Minas Gerais é conhecido como “Doutor Selfie”
Rodrigo Castro, do Grupo de Operações Especiais (GOE), é um dos quatro policiais que continuam detidos
O delegado Rodrigo Castro Salgado da Costa, do Grupo de Operações Especiais (GOE), um dos quatro policiais civis paulistas que permanecem presos em Juiz de Fora (MG) após uma troca de tiros com colegas mineiros, poderá passar seu aniversário de 32 anos, que ocorrerá na próxima sexta (26), na cadeia. No domingo (21), o juiz Paulo Tristão Machado Júnior, da Vara do Tribunal do Júri da cidade, converteu a prisão do quarteto, que era provisória, em preventiva, ou seja, não tem prazo para terminar.
Nas redes sociais pessoais e da corporação, o jovem delegado costuma aparecer em ações de combate ao crime e de treinamento. Em várias fotos, ao ser clicado portando armas de grosso calibre, o agente da lei recebe dezenas de elogios de mulheres. “Partiu ser presa”, disse uma uma internauta. Em grupos de policiais no WhatsApp e no Facebook, a detenção de Costa dividiu opiniões. Enquanto uns criticam sua exposição em demasia e o chamam de “Doutor Selfie”, outros colegas o defendem e elencam qualidades como capacidade e honestidade.
O caso
Na última sexta (19), pelo menos nove agentes da segurança pública paulista faziam escolta privada para um empresário chamado Flávio Guimarães, que foi ao estado vizinho trocar dólares por dinheiro brasileiro. Segundo as investigações, após os agentes de São Paulo perceberem que os 14 milhões de reais usados na transação seriam falsos, houve um tiroteio com policiais mineiros, que faziam a proteção particular, fora do horário de trabalho (ação conhecida como “bico”), para o responsável pelas cédulas ilegais. Na ação, uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas.
Na decisão que determinou a prisão dos agentes paulistas, o juiz Machado Júnior afirmou que os fatos causaram grande clamor público e perplexidade. “O abalo da população de Juiz de Fora tornou-se ainda maior quando da apreensão de 14 milhões de reais em notas falsas e ao tomar conhecimento que os policiais civis de São Paulo não estavam aqui como agentes públicos, representando seu estado, mas fazendo bico, na escolta privada de um empresário”, afirma. “Todos os envolvidos tinham a ciência da ilicitude da negociação e a falsidade das notas”, conclui. Os outro cincos policiais de São Paulo envolvidos vão aguardar o julgamento em liberdade, assim como os agentes mineiros.