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Poder SP - Por Sérgio Quintella

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Sérgio Quintella é repórter de cidades e trabalha na Vejinha desde 2015
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Antes de suspensão, Sabará retificou declaração de bens e currículo

Nas últimas semanas, ex-secretário de Doria sinalizou a Bolsonaro e elegeu Maluf como maior prefeito de São Paulo

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 set 2020, 10h32 - Publicado em 24 set 2020, 07h28

A suspensão dos direitos de filiado do então pré-candidato a prefeito pelo Novo, Filipe Sabará, anunciado pela legenda na noite desta quarta-feira (23), foi o estopim de um desgaste interno que começou em julho, após ele dizer à Vejinha que Bolsonaro se saiu melhor que Doria na condução da pandemia. De lá para cá, parte da bancada de candidatos a vereador na capital passou a se rebelar contra o postulante majoritário, que iniciou a carreira política como secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, em 2017, na rápida gestão do atual governador na cidade.

O coro dos insatisfeitos foi aumentando à medida que Sabará foi tornando público seus pensamentos políticos. Na semana passada, por exemplo, após ele dizer no programa Pânico, da Rádio Jovem Pan, que Paulo Maluf foi o principal prefeito da história da cidade, o fundador da legenda, João Amoêdo, fez uma nota de repúdio sobre a afirmação. Logo depois, Sabará se desculpou.

Nos últimos dias, duas retificações de informações públicas também geraram mal estar interno. Pouco antes de o Novo anunciar sua suspensão, Sabará alterou a declaração de bens no Tribunal Regional Eleitoral. Passou de 15 600 reais para 5,1 milhões de reais. A seguidores que o questionaram no Instagram, o então postulante à sucessão municipal afirmou o seguinte:

 “O capital social da minha empresa é de R$ 11.111,00, e os 72% da companhia equivalem aos R$ 8.000,00 que constam na minha declaração de Imposto de Renda. Por uma questão de total transparência, preferi declarar o patrimônio baseado no valor de mercado atual da empresa, que é R$ 7 milhões, logo os 72% que possui equivalem a R$ 5.040,00 milhões, que somados ao valor de seus investimentos resultam no total declarado de R$ 5.111.138,94. A informação divulgada inicialmente constava apenas o valor da declaração de imposto de renda, assim que a equipe verificou o fato, imediatamente atualizou os dados”.

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Dias antes, outra alteração também gerou críticas e discussões em grupos de candidatos a vereador do Partido Novo. Em seu perfil do Linkedin, Sabará retirou do campo “formação acadêmica” cursos que ele havia iniciado, mas não terminado. A informação poderia levar a crer que ele realmente havia se formado. Veja abaixo o antes e o depois das alterações.

Antes:

(Reprodução/Linkedin/Veja SP)

 

Depois:


(Reprodução/Linkedin/Veja SP)

Ainda no Linkedin, Sabará retificou as declarações no campo “sobre”. Veja abaixo:

Antes:

Filipe Sabará
(Reprodução/Linkedin/Veja SP)

Depois:

(Reprodução/Linkedin/Veja SP)

Embora em nenhum momento tenha dito que havia se formado, Sabará afirmou à Vejinha que preferiu alterar os cursos para não dar margem aos “maldosos”.

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“Você pode ser maldoso e entendo que você queira criar essa pauta. Mas se você ler direito, vai ver que eu afirmei ter cursado, não me formado. Está em português claro. É só ler, cara. Tirei para não restar dúvidas”. Questionado se as informações não poderiam caracterizar uma “turbinada” no currículo, o filiado ao Novo rebate. “Não, pois eu cursei. A verdade está aí, mas se as pessoas estão entendendo diferente, melhor editar. Foi o que eu fiz”.

Em 2018, durante um evento na FAAP ao lado do então candidato a presidente João Amoêdo, Filipe Sabará mostrou sua antiga carteirinha de aluno e afirmou na ocasião não ter terminado o curso (economia e relações internacionais), concluído posteriormente na Faculdade de São Paulo, hoje pertencente à Universidade Brasil (marketing).

Outra mudança foi em um curso na Hopkins University, em Washington, nos Estados Unidos. Em um primeiro momento, Sabará se disse especializado em políticas públicas. Na sequência, alterou para capacitação em lideranças públicas. Em nenhum dos dois, no entanto, ele colocou o tempo do curso: cinco dias, conforme diploma enviado por sua assessoria.

Em nota, Sabará afirma que vai recorrer da decisão do partido e ataca o fundador da legenda. “Estou sendo perseguido pelo João Amoedo (e por uma ala minoritária do Partido NOVO) pois ele não permite visões diferentes das dele dentro do partido. Por isso, estão arquitetando críticas infundadas para acabarem com a minha candidatura. Infiltrados do MBL também estão nesse grupo de pessoas que estão tentando me derrubar. Estou entrando com todos os meios jurídicos e medidas judiciais cabíveis, tanto para reverter a situação, quanto para processar os responsáveis”.

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(Divulgação/Veja SP)
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