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Poder SP - Por Sérgio Quintella

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Sérgio Quintella é repórter de cidades e trabalha na Vejinha desde 2015
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“Os taxistas foram mal-agradecidos”, diz vereador que não foi reeleito

Principal voz da categoria na Câmara, Adilson Amadeu obteve apenas 24 000 votos

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 9 out 2024, 17h23 - Publicado em 9 out 2024, 14h43
Amadeu: primeira suplência
Amadeu: primeira suplência (Arquivo pessoal/Divulgação)
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Vereador desde 2004, quando assumiu o primeiro de seus cinco mandatos consecutivos, Adilson Amadeu  (União Brasil) se tornou a principal voz dos taxistas na Câmara Municipal paulistana. Em 2015, foi dele o projeto que proibia os carros de aplicativos, como Uber, de rodar nas vias da metrópole.

Depois, quando viu que o sistema de transporte compartilhado era um caminho sem volta, atuou para defender os interesses dos condutores de táxis em várias frentes. Em uma delas, criou uma lei para permitir que eles pudessem trafegar pelos corredores de ônibus, desde que estivessem com passageiros.

Por essas e outras, não foram poucas as vezes em que Amadeu saiu carregado nos braços dos condutores, como na foto que ilustra a reportagem.

Porém, todos os anos de atuação não foram suficientes para conduzi-lo ao sexto mandato. No último domingo (3), obteve apenas 24 759 votos e não foi eleito. “Mas eu sou o primeiro suplente e acredito que vou retornar logo no início da legislatura”, diz Amadeu, que não nega uma certa mágoa após duas décadas de dedicação.

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“Os taxistas foram mal agradecidos, infelizmente. Não todos, pois recebi muitos votos deles e sou grato por isso. Mas os que não votaram não reconheceram o meu trabalho de vinte anos.  Logo eles vão começar a refletir. Depois que morre é que vão dar valor. Muitos estão pedindo desculpas. Agora não adianta falar que o amigo no ponto não votou”.

Adilson, ao pedir votos nas ruas
Adilson, ao pedir votos nas ruas (../Divulgação)

Enquanto ensaia uma volta, que vai depender dos arranjos partidários em caso de vitória do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), Adilson Amadeu também encontra outros “culpados” pela sua primeira derrota eleitoral paulistana.

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“A Mooca também foi mal-agradecida. O prefeito vai inaugurar um parque no início do ano em um projeto que atuei desde o início”, afirma, se referindo à área verde que está sendo construída em um terreno na divisa com a Vila Prudente e o Ipiranga. “Recebi mil e poucos votos na minha casa”, diz o morador da Mooca.

Se conseguir retornar na próxima legislatura, Adilson Amadeu diz que não guardará mágoas da categoria que quase sempre o elegeu. “Vou continuar trabalhando para eles e tentar aprovar dois projetos importantes: o que autoriza os táxis a rodar no corredor, mesmo sem passageiros, e o que cria bolsões em locais de grandes movimentos, como shows. Lá eles terão banheiro, local para esquentar comida”.

Caso não retorne nos próximos meses, Amadeu vê uma categoria importante para a cidade sem nenhuma representatividade no Legislativo. “Sempre me dediquei 100% a eles. Se aparecer um que se dedique 20%, estará de bom tamanho”.

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Condenação por racismo

Enquanto remói os votos dos taxistas e dos seus vizinhos que não recebeu, o ainda vereador paulistano precisa se defender de um processo em que foi condenado em duas instâncias. Em dezembro de 2019, Amadeu xingou o então colega Daniel Annenberg de “judeu filho da puta” e “judeu de bosta”.

No mês passado, a Justiça manteve uma condenação de 2 anos e seis meses de prisão, mais multa. Ainda cabe recurso. “Pedi perdão dezenas de vezes, tanto para o Daniel quanto para a comunidade judaica. Não foi direcionado à nação toda”, diz.

 

 

 

 

 

 

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