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Uma viagem no tempo às décadas passadas por meio de suas histórias, costumes e curiosidades.
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A história do calçado Kichute

O tênis que marcou uma geração

Por Roosevelt Garcia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 4 nov 2017, 17h43 - Publicado em 4 nov 2017, 17h23

Expressão máxima da molequice dos anos 70 e 80, o adorado tênis Kichute era o sonho de consumo dos meninos naquelas décadas. Calçado simples e barato – e que servia tanto para o dia a dia quanto para jogar futebol na rua. Era um companheiro inseparável.

O Kichute foi lançado em 1970 pela Alpargatas, aproveitando a paixão do brasileiro por futebol e a realização da Copa do México naquele ano. A seleção brasileira já era bicampeã mundial. Quando o escrete canarinho se sagrou campeão também naquele ano, a paixão da molecada pelo esporte ganhou ainda mais força.

(Reprodução/Veja SP)

 

 

Feito de lona resistente e com o solado que imitava os cravos de uma chuteira, o calçado era preto. Lembrava uma chuteira de verdade. Naquele tempo, não existiam chuteiras verdes, rosas ou douradas como vemos hoje. Seu cadarço era imenso, o que fazia com que todo mundo o amarrasse dando voltas no tornozelo. Muito resistente, aguentava as duras partidas de futebol contra os meninos da “rua de baixo” e ainda acompanhava seu dono à escola. Aliás, era quase um item do uniforme dos colégios: a maioria deles exigia calçados pretos nos pés dos alunos. Ninguém largava seu Kichute por nada, e só o tiravam, relutantemente, pra tomar banho e dormir.

No auge da sua popularidade, o Kichute chegou a vender mais de nove milhões de pares por ano, o que o fazia um dos calçados mais rentáveis da gigante Alpargatas. Isso quer dizer que quase dez por cento da população brasileira comprava pelo menos um par de Kichutes por ano, um número espantoso.

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Anúncio das Bolas Kichute nos anos 80 (Reprodução/Veja SP)

A Alpargatas investia pesado em publicidade. Em uma das campanhas de TV, ninguém menos que o craque Zico foi contratado como garoto-propaganda. Devido ao sucesso e popularidade, a empresa chegou a lançar produtos complementares à marca Kichute, como as bolas de futebol de campo e de salão. E ainda, graças à sua durabilidade, a prefeitura de São Paulo instituiu, nos anos 90, o Kichute como parte do uniforme oficial dos garis da cidade.

Comercial do Kichute com Zico:

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Infelizmente, nessa mesma época, a popularidade do Kichute começou a cair graças à chegada de novas marcas importadas de tênis esportivos. Em 2002, já em seus últimos suspiros, o Kichute foi usado como parte dos desfiles de moda do renomado estilista Alexandre Herchcovitch. Em 2009, o cineasta Luca Amberg ganhou o prêmio de Melhor Filme do Júri Popular com seu trabalho Meninos de Kichute, ambientado nos anos 70 e que conta a história de um garoto de 12 anos que sonha em ser goleiro da seleção.

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Trailer de Meninos de Kichute:

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Hoje em dia, apesar de o Kichute não ser mais fabricado, ainda é possível encontrar alguns exemplares à venda no Mercado Livre e outros sites semelhantes, certamente procurados pelos garotos daquela época que agora têm mais de 40 anos – e que querem manter vivas as memórias de um símbolo que marcou uma geração.

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