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Por Por Marcelo Copello
Especialista na bebida, Marcelo Copello foi colunista de Veja Rio. Sua longa trajetória como escritor do tema inclui publicações como a extinta Gazeta Mercantil e livros, entre eles "Vinho e Algo Mais" e "Os Sabores do Douro e do Minho", pelo qual concorreu ao prêmio Jabuti
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Priorato: uma joia espanhola

Região na Catalunha ressurgiu nos anos 80 e tem apenas 575 produtores de vinho

Por Marcelo Copello
Atualizado em 20 jan 2022, 14h31 - Publicado em 20 ago 2021, 06h00

Localizado na Catalunha, a leste da Espanha, o Priorato é uma região muito antiga, cuja produção de vinhos remonta ao século XII. Começou quando monges da ordem dos cartuxos fundaram o Mosteiro de Scala Dei, em 1194. No fim do século XIX, a Phylloxera, uma praga que mata as vinhas, atacou a área, causando êxodo da população e deixando parte dos vinhedos abandonados por décadas.

O renascimento teria início nos anos 1980, com a chegada do enólogo francês René Barbier, que comprou vinhedos acreditando no potencial da zona e trazendo junto um grupo de enólogos. Um deles, Alvaro Palacios, produziu, em 1993, seu vinho L’Ermita, que chamaria a atenção da crítica internacional catapultando a região para a glória.

Em 1998, havia lá 24 vinícolas; hoje são 109. Não pensem, contudo, que o Priorato inchou e se banalizou. São apenas 2 000 hectares de vinhedos, com 575 produtores de uvas. Somente 9 000 pessoas vivem em toda a região e as produções são reduzidas. Há por lá uma grande variedade de solos, sendo o mais típico e valorizado a llicorella, espécie de ardósia de cor que vai do negro-azulado ao vermelho, às vezes dourado ou cor de ferrugem.

Rendimentos são baixíssimos, podendo chegar a menos de 1 quilo por planta. O relevo também é singular, todo montanhoso, com vinhedos entre 200 e 800 metros, muitos com grande inclinação de até 90% — imaginem a dificuldade na hora de colher as uvas. Os 2 000 hectares de vinhedos do Priorato são dominados por duas castas, as autóctones garnacha e cariñena, que juntas ocupam cerca de 65% da área, no restante aparecem francesas como syrah, cabernet sauvignon e merlot e uma quantidade pequena de uvas brancas, como garnacha blanca e macabeo.

Os melhores e mais conhecidos vinhos da região são tintos encorpados, com taninos volumosos, finos, de acidez naturalmente alta e muito mineral. Para que se expressem em seu melhor, normalmente precisam de muitos anos em garrafa (mínimo de dez) e uma longa decantação (recomendo no mínimo três horas). Os brancos do Priorato não são muitos, mas podem chegar à excelência, com complexidade, estrutura e mineralidade, para boa guarda.

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Confira exemplares da região.

Predicat DOQ Priorat 2017
Elaborado com 45% cariñena, 45% garnacha negra e 10% merlot de cultivo orgânico, com nove meses em barricas francesas. Aromas de frutas negras, notas de café, terra e vinagre balsâmico. Paladar encorpado, com bom volume de boca, tanino doces e finos, um conjunto expressivo. R$ 350,12. Compre aqui: wine.com.br.

Ferrer Bobet Priorat DOCa 2015
Elaborado com cariñena (48%), garnacha negra (22%), syrah (23%) e cabernet sauvignon (7%) de vinhedos de até vinte anos idade em encostas de llicorella. Fica doze meses em barricas francesas, 60% novas. Aromas complexos, com frutas negras bem maduras, ervas, tostado, baunilha. Paladar largo e macio, com boa acidez. R$ 349,90. Compre aqui: evino.com.br.

Laurentia DOQ Priorat 2018
Elaborado com cariñena e garnacha de vinhas velhas, passa quatro meses em barricas francesas e americanas. Cor escura, aroma intenso, muito frutado, com notas de cassis, ameixa, baunilha, alcaçuz e cravo. Paladar macio, taninos doces, acidez correta. R$ 350,12. Compre aqui: wine.com.br.

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