Minissérie da Netflix resgata história do ícone da moda Roy Halston
Produzida por Ryan Murphy e estrelada por Ewan McGregor, produção destaca estilista que inventou conceitos e tendências ao longo dos anos 70 e 80
Histórias que apresentam a jornada de uma figura que marcou um período específico são, no mínimo, interessantes. Afinal, o resultado pode trazer aquilo que chamamos de “estudo de personagem”, no qual a pessoa abordada em tela, por vezes tida como intocável, ganha espaço para se tornar verossímil. É o caso de Halston, minissérie da Netflix produzida por Ryan Murphy (Hollywood) e estrelada por Ewan McGregor no papel do estilista americano.
Halston foi um ícone da moda que inventou conceitos e tendências ao longo dos anos 70 e 80. Em cinco episódios, a glamorosa produção narra ao espectador seus dias de notabilidade — destacando seu empenho até chegar ao alto nível da indústria da moda em Nova York —, assim como sua derrocada. Seu vício em drogas e a postura ególatra trouxeram desafios que envolveram até mesmo a perda do domínio do próprio nome. Os frutos que colheu são exibidos com firmeza, mas há espaço para que se conheça o passado do estilista, bem como seus amigos mais queridos, relacionamentos amorosos e traumas silenciados.
A performance dedicada e intensa de McGregor é o maior atrativo de Halston, que ainda possui um cuidado primoroso no design de produção e figurinos. A glória dos looks criados pelo profissional é honrada por meio de desfiles e todo o processo criativo. Além de Halston, a carismática Liza Minelli (Krysta Rodriguez) e a amizade construída pelos dois sustenta o lado mais leve da trajetória do protagonista. Ao fim da maratona, porém, a sensação é de que a temporada poderia ter mais episódios para exaltar a complexidade do personagem.
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Publicado em VEJA São Paulo de 19 de maio de 2021, edição nº 2738