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A felicidade vem das possibilidades

O palhaço Marcio Ballas fala sobre as relações entre a palhaçaria e o cotidiano e debate meios para se manter aberto a novas possibilidades

Por Marcio Ballas
Atualizado em 17 jan 2020, 14h28 - Publicado em 17 jan 2020, 06h00

APRENDIZADO DE VIDA Depois de muitos anos dando cursos, fui entendendo os feedbacks das pessoas: “Sua aula não é de palhaço, é de vida”. Achava brega, confesso. Até que percebi que, mais do que uma técnica ou linguagem, o palhaço e o improviso são maneiras de ver o mundo. Há um jeito de olhar e aceitar o ridículo, as mesquinhezas e as grandezas, os superpoderes e as supersombras.

É TUDO NOSSO No palco, se um improvisador faz uma proposta, o outro topa. Há uma relação de confiança, de entender que estamos cocriando. Se a cena for boa, será uma cena nossa. Se ela for ruim, também será nossa. É sempre um trabalho coletivo.

MEDITAÇÃO DO NARIZ VERMELHO Antes de colocar o nariz de palhaço do João Grandão, ainda de olhos fechados, olho para mim mesmo, percebo a respiração, os pensamentos, as emoções. Abro os olhos e encaro tudo como se fosse pela primeira vez. depois que fui aprender meditação, descobri que essas práticas têm tudo a ver.

SEQUÊNCIA DE SINS Quando um palhaço enxerga ao seu redor, diz “sim” para a situação. depois, ele encontra o outro e diz “sim” para quem está lá nesse instante. Não importa o currículo, mas a pessoinha ali na minha frente. como eu me relaciono e olho no olho? Por último, há um “sim” para o jogo, a brincadeira.

UMA ESCOLHA A SER FEITA Muitas vezes dizemos “não” por hábito. eu poderia ter dito “não” para esta coluna, mas como saber o que vai acontecer porque disse “sim”? e se daqui não surge um livro, quem sabe? Quando estou aberto, o ganho é maior que a perda, e a felicidade vem das possibilidades. Sugiro um exercício do dia do Sim. Para ver o que acontece. Pediram algo no trabalho? O.k.! O pessoal foi comer num lugar diferente? Vamos nessa! e anote o que mudou no seu dia. É claro que não se deve fazer nada “perigoso”. Nesse caso, diga “sim” para sua consciência, sua ética.

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DO QUE NÃO DÁ PARA ABRIR MÃO No caminho da felicidade,  percebi que separar um tempo do dia, todos os dias, para prestar atenção em si mesmo tem uma relação direta com o bem-estar. A meditação deveria ser para o mundo inteiro. também faz diferença a qualidade das relações, se são saudáveis, inspiradoras, afetuosas. Boas misturas fazem com que a gente tenha uma vida mais feliz.

SERENIDADE E PRONTIDÃO Para mim, felicidade, em uma palavra, seria tranquilidade. Se você está tranquilo, está tudo bem. Para atingir o estado de prontidão no palco, eu me preparo, respiro, medito, me desconecto do celular. Quando estou nesse estado de presença, não há futuro nem passado. eu só estou aqui e preciso confiar.

OTIMISMO IRREMEDIÁVEL Já ouvi que era otimista demais. Mas quer saber? Prefiro assim. Se vou passar por uma cirurgia, prefiro pensar que vai dar certo. Se não der, pelo menos não sofrerei até lá. Quanto mais estou aberto, mais o universo me dá presentes. Se estou no aqui e agora em cena, chamo a pessoa certa para interagir comigo, consigo criar diante da situação que me é apresentada.

JURAMENTO DE PALHAÇO Os princípios do palhaço são a honestidade, o olho no olho, a relação. Se alguém está com medo de subir ao palco, digo: “confie em mim, a gente vai estar junto”. A felicidade está em jogar com o outro, é só a gente não esquecer de brincar. de tudo que faço na vida, o que mais quero é ser palhaço no dia a dia.

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(Divulgação/Divulgação)

Marcio Ballas é palhaço, ator, palestrante, autor do podcast BallasCast e diretor especializado em clown e improviso. No seu espetáculo Bagagem, faz as pazes com a própria história e desperta na plateia a compreensão do poder de agradecer. Seu instagram é @marcioballas.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 22 de janeiro de 2020, edição nº 2670.

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