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“Felicidade é catar a bola no gol com um sorriso”

Rodrigo Angelito, educador e fundador do aplicativo escolar Idapt, ensina como podemos ser menos infelizes e celebrar os tombos

Por Rodrigo Angelito
Atualizado em 6 mar 2020, 06h00 - Publicado em 6 mar 2020, 06h00

Felicidade é um conceito central nos meus estudos. De tanto ler e falar sobre o tema, acabei criando o hábito de pensar em definições não convencionais. Após assistir a uma mitológica virada na final da libertadores, eu me peguei refletindo e uma frase passeou na minha mente: “Felicidade é catar a bola no gol com um sorriso”.

Ser mais feliz é muito bom, mas muitas vezes me pergunto por que temos tão poucas palavras abordando a ideia reversa: como posso ser menos infeliz? Arrisco a hipótese lógica de que eventos positivos aumentam nossa felicidade da mesma forma que eventos negativos a diminuem, sendo a diferença entre eles a resultante da própria felicidade.

O problema é que não conseguimos reduzir de modo significante a quantidade de eventos negativos. É claro que a experiência nos ajuda nisso, e eventualmente pegamos o guarda-chuva quando avistamos o céu acinzentado, mas nesse jogo da vida tomar gol é uma parte inevitável da partida.

Se entendemos que não podemos alterar eventos negativos, mas podemos, sim, trocar a forma como os abordamos, chegamos a uma mudança radical nessa equação. Quando comecei a empreender, escutei de muitos quanto isso era trabalhoso, pois empreendedores lidam diariamente com frustrações e derrotas. Nos primeiros meses, senti a fase mais difícil dessa jornada. Não era raro chegar em casa e me sentar à porta chorando, arrasado após um dia inteiro ralando sem sucesso. Mas com cada lágrima seca vinha também algum aprendizado. Aos poucos fui ficando melhor em absorver tudo o que pudesse das minhas derrotas e me abalar menos com elas.

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É paradoxal, mas, se você olhar do jeito certo, cada pancada que recebe terá certa beleza. Se somente aprendemos a andar de bicicleta graças às dezenas de tombos que levamos, então por que não os celebramos um pouco mais? Imagine como você quebra a equação da felicidade quando começa a inverter justamente a variável que deveria reduzir a resultante.

Condicione um time de futebol a aprender e se ajustar mais rápido a cada gol tomado e aos poucos você perceberá transformações interessantes:

  • O time passa a perder cada vez menos, pois ele cresce com cada derrota e eventualmente supera os outros competidores;
  • Os jogadores começam a entender que sua principal fonte de evolução vem de absorver a lição de cada gol tomado. Esses ficam mais raros e se tornam menos impactantes;
  • O ápice dessa evolução acontece quando a bola entra. Pode acreditar, até o melhor time do mundo ocasionalmente perde.

No evento improvável de tomar mais um gol, algo que acaba com equipes medíocres, o jogador consciente busca a bola entre as traves e escuta a torcida do time rival vibrando enquanto seus próprios torcedores se calam. Ele ajoelha e sente a grama gelada contrastando com o calor da pele. Percebe a fadiga se acentuar. A batalha que já estava difícil vai demandar ainda mais esforço. Mas nada importa. Ele recolhe a bola e abre um sorriso. Reconhece o erro e agradece a oportunidade de aprender mais um pouco. O jogador que levanta já é diferente daquele que se ajoelhou. A mudança é sutil, mas ele sobe um pouco maior, mais sábio.

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Enquanto caminha para o centro, o jogador olha para seu time e por um momento todos têm um pensamento síncrono. Para ele, as muitas vitórias e poucas derrotas nem importam mais. Seu objetivo deixou há tempo de ser o resultado, pois, no fundo, ele sabe que o jogo é seu. Sua felicidade não reside em ganhar ou perder, mas apenas em continuar jogando.

Rodrigo Angelito é educador, palestrante, escritor e fundador do aplicativo escolar Idapt (@idapt.oficial), que busca otimizar a aprendizagem com conteúdos em formato de game. Quando jogava bola na adolescência, era atacante. como empreendedor, atua em todas as posições sem tirar o olho do gol.

Rodrigo Angelito (Divulgação/Divulgação)

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 11 de março de 2020, edição nº 2677.

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