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Veterinários investem em aparelhos e exames de alta tecnologia

Clínicas e hospitais contam com novas máquinas de ponta para atender bichos de estimação

Por Carolina Giovanelli
Atualizado em 5 dez 2016, 15h30 - Publicado em 25 out 2013, 18h05
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LO3D2029--MARIO-RODRIGUES (Mario Rodrigues/)
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No fim de julho, um vira-lata, um husky siberiano e um golden retriever enfrentavam problemas sérios de saúde. Respiravam com dificuldade e sofriam desmaios constantes. Tinham uma expectativa de vida de, no máximo, mais alguns meses. O trio hoje vive muito melhor, depois de passar por uma delicada cirurgia cardíaca. Até então, o procedimento havia sido realizado pouquíssimas vezes no país. Graças à operação (cada uma durou cerca de uma hora e meia), eles foram curados de problemas graves como uma obstrução da saída de sangue do coração em direção ao pulmão, o que deixava o músculo sobrecarregado.

O tratamento dos cães foi realizado a seis mãos na unidade Ibirapuera da rede de hospitais PetCare. Na ocasião, dois médicos da empresa e um francês expert nesse tipo de cirurgia revezaram-se nos cuidados. Uma máquina de última geração emprestada pela Siemens teve um papel essencial no trabalho. Ela atua na prática como um raio X em tempo real, transmitindo a um monitor imagens do organismo do paciente. Baseados nessas informações, os profissionais optaram por fazer incisões de, no máximo, 1 centímetro na coxa dos animais, a fim de permitir a passagem de um cateter equipado com um pequeno balão na ponta. Ao chegar ao coração, esse balão foi inflado para romper a região obstruída. “Sem esse recurso, antes a coisa era muito mais invasiva, pois precisávamos abrir o tórax do pet”, explica Guilherme Goldfeder, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia Veterinária e chefe da equipe do PetCare. “A recuperação era muito lenta, e poucos se arriscavam a fazer esse procedimento.” Agora, o hospital estuda comprar o aparelho para incorporá-lo à rotina do serviço. Ele custa cerca de 300 000 reais. “Estamos ainda muito atrasados por aqui em relação ao que se faz nos Estados Unidos”, compara Goldfeder.

 

A boa notícia é que finalmente essa defasagem começa a ser encurtada. Tanto desenvolvimento, obviamente, tem seu preço. Uma cirurgia como essa que ocorreu no PetCare não sairia por menos de 5 000 reais. “Nosso cliente não se importa em pagar mais para ter melhores resultados”, afirma Mário Marcondes, diretor clínico do Hospital Veterinário Sena Madureira, na Vila Mariana, que investiu recentemente na criação de uma sala com uma tela de imagens em 3D em que é possível fazer uma viagem virtual pelo corpo de um cachorro ou de um gato. A ideia é que o dono entenda melhor as doenças e os procedimentos médicos realizados. Há pouco também foram instalados ali um laboratório de última geração cujos resultados saem em apenas quatro minutos e uma UTI com monitoramento sofisticado. Localizado em Santana, o Hospital Santa Inês adquiriu em julho do ano passado, por 330 000 dólares, uma máquina de tomografia computadorizada multislice, que reduz em três vezes o tempo de aquisição das imagens em alta definição.

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A feira Pet South America, que ocorre entre terça (29) e quinta (31) no Expo Center Norte, reúne diversos lançamentos. Entre eles, aparecem um aparelho de raio X portátil do tamanho de uma fita cassete que transmite as imagens a um tablet e uma versão avançada de uma pequena esteira eletrônica para que os totós obesos façam fisioterapia ou exercícios. Também participa da exposição a empresa de medicamentos Zoetis, que lança uma linha de exames com resultados em dez minutos que detectam, por exemplo, gravidez e a presença do FIV, vírus que compromete o sistema imunológico dos gatos, responsável pela aids felina.

Enquanto isso, no hospital público…

Aberto em 2012, o hospital público veterinário da Zona Leste sofre com a estrutura diminuta para uma alta demanda. Falta, por exemplo, um aparelho para cirurgias de catarata. “Quando percebi o problema no olho da minha lhasa apso, fui a uma consulta e, como não havia a máquina, me receitaram um colírio”, conta o motorista James Barom. Falta também um tomógrafo. Quando necessário, os pets vão a uma clínica particular e o hospital arca com os custos. “Temos um orçamento de 600 000 reais por mês, e uma máquina dessas consumiria cerca de 70% da nossa verba”, afirma José Fernando Ibañez, presidente da Anclivepa-SP, entidade responsável pela clínica. De qualquer modo, o hospital receberá algumas melhorias. Em dois meses, terá uma área de acupuntura e homeopatia.

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