Yves Saint Laurent
- Direção: Jalil Lespert
- Duração: 106 minutos
- Recomendação: 16 anos
- País: França
- Ano: 2014
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
O documentário O Louco Amor de Yves Saint Laurent (2010) focava a vida e a carreira do estilista francês em tom confessional por intermédio de seu parceiro, Pierre Bergé. Assim como o registro real, a cinebiografia Yves Saint Laurent leva o aval de Bergé. Isso quer dizer que o roteiro, claro, recebeu o o.k. dele, mas há passagens que abordam lados obscuros do costureiro, interpretado com perfeição por Pierre Niney. O recorte de sua vida é igualmente feliz. Começa em 1957 e termina em 1976 — Saint Laurent só morreu em 2008, aos 71 anos. Nascido na Argélia, o rapaz mostrava talento para desenhar vestidos ainda jovenzinho. Sua chegada à maison Christian Dior, a mais importante da alta-costura daquela época, se deu aos 21 anos. Foi lá que ele conheceu a modelo e musa Victoire (Charlotte Le Bon). A amizade por Pierre Bergé (Guillaume Gallienne), um importante homem de negócios, transformou-se em um relacionamento pessoal e profissional. Com recursos de um investidor americano, a dupla abriu o ateliê Saint Laurent. Extremamente talentoso, o artista virou o queridinho da moda. A primeira parte do roteiro mostra seu lado criativo sem menosprezar os acessos histéricos e a incômoda timidez. Na sequência, há o declínio pelo excesso de drogas, tranquilizantes e sexo fora de casa, sobretudo na mansão do casal em Marrakesh, no Marrocos — Saint Laurent, inclusive, teria “roubado” o amante de Karl Lagerfeld. Mesmo sem se aprofundar na intimidade do protagonista, o roteiro faz emergir o homem frágil por trás do mito acompanhando de perto suas célebres criações. Estreou em 24/4/2014.