Não se importe se não entender a proposta do curador Bernardo José de Souza, que quis juntar obras de 28 artistas inspiradas pela literatura. Deixe de lado sua confusa sugestão — que tem como ponto de partida a ficção científica e o romance investigativo, dois territórios explorados pelo autor argentino Jorge Luis Borges — para dar mais atenção aos trabalhos. O grande destaque da mostra é O Sono Louco: Quem Vigia o Vigia?, de Daniel Jablonski. A instalação reúne relógios, fotografias e gráficos que registram a performance feita durante um mês. O artista dormiu amarrado a um antigo relógio de ponto para registrar os momentos em que efetivamente acordava: se era na hora em que o despertador tocava, antes ou depois. Outro destaque é a obra de Marilá Dardot. Uma grande bobina de papel ligada a uma máquina de escrever apresenta diversas frases que contêm a palavra “palavra”, num jogo metalinguístico. Até 2/7/2016.