Em uma das salas da Pinacoteca do Estado, a obra espelhada do paulista Iran do Espírito Santo reflete, ao mesmo tempo, as redes avermelhadas e suspensas que constituem uma das peças mais emblemáticas de Tunga, a True Rouge, e também uma escultura de parede feita de resina, marca de Dudi Maia Rosa. O efeito resume bem a ideia da exposição Uma Coleção Particular. A reunião de cinquenta artistas brasileiros contemporâneos na mostra torna o 1º andar do museu um espaço propício para o diálogo de diferentes gerações e trabalhos realizados em suportes variados. Em comum, todas as setenta peças, entre pinturas, esculturas, vídeos e instalações (muitas de grandes dimensões), foram produzidas aqui a partir dos anos 80. Ping-Ping, de Waltercio Caldas, propõe um jogo para cegos com mesa, rede, raquete, bolinha e óculos escuros, todos suspensos no ar. Outra criação impressionante é a escultura de Vanderlei Lopes, exposta no octógono, na qual um cavalo de bronze caído aparece coberto de terra. A aula de arte contemporânea termina na 12ª sala, cuja temática foca o cinema. Surpreendentemente, nenhuma obra ali utiliza imagens em movimento. Em Um Tango em Silêncio, por exemplo, Leya Mira narra com desenhos o passo a passo da dança de um casal.
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