Turma da Mônica – Laços
- Direção: Daniel Rezende
- Duração: 96 minutos
- Recomendação: Livre
- País: Brasil
- Ano: 2019
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
É de tirar o chapéu para a produção de Turma da Mônica — Laços, que recria com perfeição o Bairro do Limoeiro e conseguiu encontrar atores mirins que, mesmo não sendo cópias em carne e osso dos personagens dos quadrinhos, têm a alma dos tipos criados por Maurício de Souza. A primeira sequência, com um plano de Cebolinha (Kevin Vechiatto) para pegar o coelho de pelúcia da Mônica (Giulia Benite), traduz muito bem o espírito dos gibis. Em seguida, o filme se acomoda, com uma ou outra diferença, na graphic novel que o inspirou. Vira uma aventura infantil, ora dramática, ora com momentos de suspense. Ao notar o sumiço de seu cachorro Floquinho, Cebolinha pede ajuda aos amigos. A única pista é um homem carregando um saco, que foi visto pela vizinhança. Fez bem o diretor Daniel Rezende em deixar que os diálogos fluíssem com improvisos, o que dá naturalidade ao texto. Também é positivo mostrar às crianças a superação dos personagens, como a gulosa Magali (Laura Rauseo) tendo de se conter para não comer uma melancia, e Cascão (Gabriel Moreira), conhecido por não tomar banho, em precisar atravessar um rio. Ideia de Rezende, a aparição do Louco (Rodrigo Santoro) também é adequada. Contudo, a investigação dos amiguinhos pela floresta pode parecer simplória aos olhares mais exigentes, sobretudo os da molecada plugada mais em videogames e menos nas histórias inocentes de Maurício de Souza. Aos adultos, resta acompanhar os pequenos aos cinemas e rememorar a infância com um sabor de nostalgia. Direção: Daniel Rezende (Brasil, 2019, 97min). Livre. Estreou em 27/6/2019.