Tenet
- Direção: Christopher Nolan
- Duração: 150 minutos
- País: Estados Unidos
- Ano: 2020
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Tenet, que teve o lançamento adiado várias vezes por causa da pandemia, é considerado “o filme” que pode levar o espectador de volta aos cinemas. Mas seria o novo trabalho do diretor Christopher Nolan a salvação da lavoura? Enquanto espetáculo visual, é bem provável. Já o boca a boca, que gera o burburinho entre amigos e familiares, talvez não garanta tantas recomendações ou entusiasmo. Ou você embarca ou não em Tenet. Embora com uma trama simples de acompanhar, o longa-metragem segue por caminhos complexos para, justamente, querer ser “difícil”. São artifícios narrativos adotados pelo diretor/roteirista que comprometem a fluência e deixam Tenet cada vez mais desinteressante. O início é espetacular e, numa trama de espionagem, lembra as aventuras de Ethan Hunt em Missão: Impossível. John David Washington (de Infiltrado na Klan) é um dos agentes que tentam impedir um atentado terrorista durante um concerto na Ucrânia. Em vão. A casa de espetáculos vai pelos ares, o protagonista é capturado pelos inimigos, mas consegue escapar. Conta, então, com a ajuda de um colega (Robert Pattinson) para impedir uma catástrofe ainda maior do que a III Guerra Mundial. Nolan tem uma obsessão com o tempo, desde Amnésia (contado de trás para a frente) até Dunkirk (narrado em três momentos distintos). Assim como o palíndromo tenet, o roteiro faz avançar e recuar situações-chave e, em uma de suas cenas mais espetaculares, traz uma perseguição de automóveis em marcha a ré. É uma fabulosa sequência como essa que resta na memória ao fim da sessão. Estreou em 29/10/2020.