Tadeusz Kantor
Resenha por Julia Flamingo
O dramaturgo polonês Tadeusz Kantor (1915-1990) parecia não ligar para o fato de que, durante a II Guerra Mundial, toda manifestação artística na Cracóvia, onde morou parte da vida, era proibida. Encontrou na repressão sofrida o combustível para desenvolver uma obra inconformista e irreverente. Kantor produziu sem parar por cinco décadas e revolucionou o teatro, além de ter atuado em outras áreas: escultura, pintura e performance. Entrar na exposição Máquina Tadeusz Kantor significa fazer funcionar um maquinário que transporta o visitante para dentro do universo do autor. Completamente tomado por seus trabalhos, o Sesc Consolação recebe um cenário de andaimes, caixas, fotografias, vídeos e manifestos. Entre os 130 itens apresentados em um labirinto estão filmes e imagens do Teatro da Morte, vertente da dramaturgia que propõe aos atores desfazer-se de sua personalidade e valores pessoais para atingir o auge de seu desempenho. Registros da performance Concerto do Mar, recriada por admiradores como Marina Abramovic e Bob Wilson, também integram o conjunto. No happening, um maestro sentado em uma cadeira no mar rege os movimentos e sons da natureza. O passeio se torna mais fascinante quando atores espalhados pelo local representam algumas das ações do polonês. A montagem faz parte de um dos eventos propostos pela Unesco que celebram os 100 anos de nascimento de Kantor. De 19/8/2015. Até 14/11/2015.