Stabat Mater
- Direção: Janaina Leite
- Duração: 90 minutos
- Recomendação: 18 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Depois de Conversas com Meu Pai (2014), a atriz, dramaturga e diretora Janaina Leite revive no documentário cênico Stabat Mater a relação com sua mãe, Amália Fontes Leite, que também surge no palco em aparições pontuais. Sem a transcendência da montagem anterior mas com um caráter provocativo até superior, a protagonista chega na pele de uma palestrante que disserta sobre o mito da Virgem Maria. É o gancho para Janaina, mãe de dois meninos, lembrar do apagão destinado à figura da mulher que lhe botou no mundo em sua trajetória. Em torno da relação congelada, ela busca reconstituir o afeto através de uma aproximação artística, mesmo que, para isso, exija da mãe abnegações que desafiem seus pudores. Tão provocada quanto o público, Amália é convidada a dirigir uma cena de sexo entre a filha e um ator pornô (representado por Lucas Asseituno). Como é comum no universo de Janaina, ficção e realidade se fundem e, para o espectador, torna-se desnecessário estabelecer o limite entre uma e outra (90min). 18 anos. Estreou em 21/6/2019.