SP-Arte 2019
Resenha por Tatiane de Assis
De quinta (4) a domingo (7), a 15ª edição da SP-Arte leva 164 expositores do Brasil e do mundo para o pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera. A feira de arte traz obras de nomes internacionais consagrados, como o dinamarquês Olafur Eliasson e o chinês Ai Weiwei, presentes no espaço da galeria alemã Neugerriemschneider.
Representantes importantes do cenário nacional, Lygia Pape (1927-2004) e Carlos Fajardo aparecem na área Masters pelas mãos da Almeida&Dale e de Marcelo Guarnieri, respectivamente. Em tempo: quem assume a curadoria dessa parte é Tiago Mesquita, já que o italiano Jacopo Crivelli deixou o posto para se dedicar à 34ª Bienal de são paulo, que será realizada em 2020.
De olho nos contemporâneos, o baiano Ayrson Heráclito e a chilena Sandra Vásquez de La Horra têm lugar garantido na mostra Solo. A jovem Mariana palma também tem obras no evento, no setor geral, no estande da Casa Triângulo, e o design segue forte com criações de Zanine Caldas (1919-2001). Quem cuida da seleção de performances neste ano é Marcos Gallon. As peças de fora do prédio foram escolhidas por Cauê Alves.
> Zanine Caldas
No centenário de seu nascimento, o designer baiano José Zanine Caldas (1919-2001) é celebrado nesta edição. Enquanto a geométrica poltrona Z aparece reeditada pela ETEL, um par original da curvilínea Boomerang (ao lado, 1950) é exibido no Apartamento 61.
> Olafur Eliasson
Your Utopia (2003), do artista dinamarquês, foi exibida na 50ª Bienal de Veneza e é mostrada pela galeria alemã Neugerriemschneider. A obra consiste
em um cilindro metálico com uma face onde pisca a palavra “utopia”. Mesmo quando o termo está ausente, permanece incrustado na retina.
> Mariana Palma
A paisagem ao lado, feita em 2019, é uma das obras da paulistana Mariana Palma que vão estar expostas no estande da Casa Triângulo. Na tela, aparecem elementos característicos de sua produção, como tecidos e plantas, combinados com exuberância, em um exercício de equilíbrio.
> Sandra Vásquez
Os desenhos da chilena, como Astros Que Brillan (2014), são vistos na Bendana-Pinel Arte Contemporânea, no setor Solo. Neste ano, ele foi organizado por Alexia Atala, que se volta para a América Latina, em sintonia com a tendência que busca ir além das referências da Europa.
> Ayrson Heráclito
A Portas Vilaseca traz obras do artista baiano. Em uma das fotos, da série Sangue Vegetal (à esq., 2005), um líquido escorre de um colar. Trata-se do óleo de dendê, produzido a partir do fruto de uma palmeira que originalmente era encontrada no continente africano. “Ele é como o sangue ancestral que atravessou para a América através dos porões dos navios negreiros”, explica Heráclito.