Sebastião Salgado – Genesis

Resenha por Jonas Lopes

Sempre envolvido em projetos grandiosos, o fotógrafo mineiro radicado em Paris exibe no Sesc Santo André o mais recente resultado de suas incessantes andanças mundo afora. Muito bem organizada pela curadora e mulher do artista, Lélia Wanick Salgado, em cinco núcleos temático-geográficos, a mostra Genesis reúne 245 imagens de regiões praticamente intocadas pelo homem, feitas entre 2004 e 2011. Montanhas, desertos, florestas, tribos indígenas e animais são retratados nas fotos, todas em preto e branco. Embora em certos momentos sentimentalize um pouco os flagrantes, Salgado consegue criar impressões escultóricas no registro de dunas, da cauda de uma baleia e de uma enorme geleira. Chama atenção ainda um elefante em um parque da Zâmbia. Vale dizer que a qualidade principal da exposição é trazer o contraste gritante entre locais imunes ao caos moderno e o modo como vivemos hoje, acelerado e dependente da tecnologia. Até 4/3/2014.

Jornada de desafios: durante a empreitada, Salgado foi obrigado, por exemplo, a voar de balão para clicar um grupo de búfalos africanos.

+ Sebastião Salgado: "'Genesis' fecha para mim um ciclo de histórias"

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