Se a Rua Beale Falasse

Resenha por Miguel Barbieri Jr.

O escritor James Baldwin (1924–1987) ganhou destaque em 2017 como a personalidade do documentário Eu Não Sou Seu Negro. Inspirado em livro de sua autoria, lançado em 1974, Se a Rua Beale Falasse tem outro nome de grife: Barry Jenkins, diretor de Moonlight, vencedor do Oscar. Na corrida deste ano, Jenkins concorre a melhor roteiro adaptado. Há ainda indicações para trilha sonora (merecida) e atriz coadjuvante, para Regina King, que tem uma única cena que justifica estar no páreo. Na trama, Fonny e Tish, interpretados por Stephan James e KiKi Layne (foto), são amigos desde a infância. Uma gravidez inesperada faz o casal de jovens namorados fortalecer a união. Enquanto a mãe dele esbraveja, os pais dela os acolhem. Mas, acusado injustamente de estuprar uma moça branca, Fonny vai parar na cadeia. Numa love story terna e triste, estão presentes os elementos que movem a luta contra o racismo de Baldwin e Jenkins. O resultado, porém, é morno e conformista, nada comparável, por exemplo, ao explosivo e recente Infiltrado na Klan. Direção: Barry Jenkins (If Beale Street Could Talk, EUA, 2018, 119min). 14 anos. Estreou em 7/2/2019.

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