A habilidade em reproduzir seres humanos à perfeição deu fama ao australiano Ron Mueck, que tem nove de suas esculturas expostas na Pinacoteca do Estado. As obras produzidas com resina, fibra de vidro, silicone e acrílico atraem, sobretudo, pelo alto nível técnico. A unha mal cortada, as rugas na pele e até o peso do corpo sobre o chão impressionam. Mas, passado o primeiro impacto, a sensação é de falta de profundidade, mesmo que cada personagem carregue certa expressão de tristeza. Exceção, o casal de idosos que ocupa o octógono do museu, de 4 metros de altura, mantém o efeito hipnótico. Muita gente chega a enfrentar filas de três horas para ver as criações de Mueck. Para organizar o fluxo de visitantes, foram liberadas duas entradas: uma para a badalada mostra e a outra para conferir o acervo permanente e os demais artistas em cartaz. Um ponto negativo da montagem é o percurso obrigatório em sentido único para apreciar as esculturas hiper-realistas. Ou seja, depois que se troca de sala, não se pode mais retornar à anterior para rever alguma coisa. Por isso, faça todas as selfies que quiser antes de ver a próxima obra. No fim do circuito, um vídeo de 45 minutos registra Mueck em ação no seu ateliê em Londres. De 20/11/2014. Até 22/2/2015.
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