Romeu e Julieta
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Peça mais conhecida de William Shakespeare, Romeu e Julieta teve diversas adaptações. No cinema, desde a clássica de Franco Zeffirelli (de 1968) até a modernosa de Baz Luhrmann (1996). No teatro, considera- se memorável o trabalho de Antunes Filho, em 1984. Surge agora uma versão musical, com concepção e direção de Guilherme Leme, rodeado de estrelas na equipe, como Daniela Thomas, responsável pelo cenário simplista, e Fernando Torquatto, criador do visagismo pouco inspirado. As novidades ficam por conta de uma Julieta negra (papel da graciosa Bárbara Sut) e do repertório, já que a trama ganha embalo com canções consagradas na voz de Marisa Monte. Enquanto se desenrola a paixão entre Romeu (Thiago Machado) e Julieta, vindos das rivais famílias Montecchio e Capuleto, 24 atores soltam a voz em hits como Amor I Love You, Beija Eu e Volte para o Seu Lar. A condução de Leme segue titubeante: ora respeita o tom solene do original, ora a montagem ganha uma descontração coloquial. Há rasas coreografias e Claudio Galvan (o Frei Lourenço) rouba a cena no fim do primeiro ato cantando Vilarejo. O espetáculo agrada pelo cancioneiro de Marisa, que cai como uma luva no romance de Romeu e Julieta — ou em qualquer história de amor (150min). Livre. Estreou em 10/8/2018. Até 21 de outubro.