Rocketman
- Direção: Dexter Fletcher
- Duração: 121 minutos
- Recomendação: 16 anos
- País: Reino Unido
- Ano: 2019
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
As comparações serão inevitáveis e fazem sentido. Freddie Mercury e Elton John são britânicos, cantores, compositores, começaram a carreira na mesma época, foram viciados em drogas e em sexo e eram solitários. Por tudo isso e muito mais, Bohemian Rhapsody e Rocketman trazem semelhanças da vida desses astros do rock. Mas a pegada do roteiro e do diretor Dexter Fletcher é outra no novo filme. Rocketman é praticamente um musical, algo como se fosse uma peça da Broadway adaptada para o cinema. Daí, as licenças poéticas em que cada canção de Elton John se encaixa em algum momento de sua trajetória, fazendo com que o protagonista, Taron Egerton (ótimo!), e outros atores soltem a voz para encantar a plateia. O roteiro tenta dar conta da infância, adolescência, juventude e maturidade do artista até sua chegada a uma clínica para dependentes, no início dos anos 90. Ótimo pianista desde menino, Reginald Kenneth Dwight (seu nome verdadeiro) é encorajado pela mãe a seguir nas artes enquanto o pai sai de casa para formar uma nova família. O encontro com Bernie Taupin (Jamie Bell), seu letrista até hoje, rendeu parcerias memoráveis — e quase todas as importantes estão na tela: Your Song (no melhor momento do filme), Crocodile Rock, Tiny Dancer, Rocketman, Don’t Let the Sun Go Down on Me… Rocketman, embora pudico na intenção de não chocar o grande público, explicita a cocaína, a homossexualidade, o problemático romance com o empresário (Richard Madden) e inclui uma tentativa de suicídio. Nesse quesito, é, sim, mais corajoso do que Bohemian Rhapsody, mesmo sendo uma cinebiografia autorizada. Direção: Dexter Fletcher (EUA/Inglaterra, 2019, 121min). 16 anos. Estreou em 30/5/2019.