Um Réquiem para Antonio
- Direção: Gabriel Villela
- Duração: 70 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Principal marca do diretor Gabriel Villela, a transformação do óbvio adquire em Um Réquiem para Antonio uma proporção surpreendente. O texto escrito por Dib Carneiro Neto recupera uma história contada em uma celebrada peça de teatro assinada por Peter Shaffer e no oscarizado filme de Milos Forman Amadeus, de 1984. Portanto, a novidade poderia ficar zerada. Não para Villela, um encenador que, acertando ou errando, enfrenta o diferente. Dramático ao extremo, o original ganha contornos fortes de tragicomédia, influenciada pela estética circense e pela chanchada, para mostrar a história de inveja que une dois grandes compositores, o italiano Antonio Salieri (1750-1825) e o austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791). Agonizante no leito, Salieri (interpretado por Elias Andreato) mergulha em um delírio e acerta as contas com Mozart (vivido por Claudio Fontana), que, morto aos 34 anos, foi seu rival artístico. Como clowns, Andreato e Fontana deslizam na arena transformada em picadeiro. A dupla troca de registro e ganha a empatia do público sem ofuscar a biografia de Salieri e Mozart. Muitas vezes, os diálogos parecem improvisos, tamanha a espontaneidade. Acompanhadas do pianista Fernando Esteves, as atrizes e cantoras Nábia Vilela e Mariana Elisabetsky fazem intervenções pontuais. Estreou em 17/1/2014. Prorrogada até 4/5/2014.