Quarta-Feira, Sem Falta, Lá em Casa
- Direção: Alexandre Reinecke
- Duração: 75 minutos
- Recomendação: 12 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr,
Eva Wilma e Suely Franco, duas atrizes com trânsito reconhecido pelo drama e pela comédia, são os trunfos do diretor Alexandre Reinecke em Quarta-Feira, sem Falta, Lá em Casa. O texto de Mário Brasini, montado na década de 70 por Eva Todor e Henriette Morineau e nos anos 2000 por Beatriz Segall e Miriam Pires (substituída por Nicette Bruno na temporada), encontra sustentação no fôlego das artistas, que abraçam os diálogos sobre afeto e hipocrisia. Alcina (papel de Eva), aos olhos do mundo, levou a vida como manda o figurino. De família tradicional, ela se casou, teve filhos e netos, chegando à velhice cheia de moral para criticar tudo o que lhe desagrada. Laura (representada por Suely), ao contrário, escolheu a liberdade, não se casou e faz o que bem entende no seu cotidiano. Diferenças à parte, a dupla se reúne toda semana para um chá e, entre alfinetadas e saudosismos, brinda a intimidade. Uma revelação de Laura, porém, põe em xeque a amizade e leva as duas a rever o valor do afeto. Reinecke enaltece o jogo estabelecido por duas intérpretes experientes diante de um texto que, apesar de uma virada folhetinesca, pouco surpreende no formato. O diretor, confiante, deixa as protagonistas tão à vontade que, por vezes, a peça parece um bate-papo naturalmente transposto para o palco. Eva constrói Alcina com uma boa dose de perplexidade, que se torna fundamental na compreensão de sua personalidade não muito firme. Despachada e irônica, Suely tira proveito da veia de comediante e ganha a cumplicidade do público, transformando Laura em uma justiceira diante das falhas da amiga (70min). 12 anos. Estreou em 5/10/2018. Até 25/11/2018.