Precisamos Falar de Amor sem Dizer Eu Te Amo
- Duração: 90 minutos
- Recomendação: 16 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
O formato da comédia romântica é simples e, na maioria das vezes, cai com facilidade nas graças de um público disposto a um programa despretensioso. Por isso, as falhas de Precisamos Falar de Amor sem Dizer Eu Te Amo são muito visíveis e desapontam mesmo os espectadores menos exigentes. A peça, escrita por Wagner D’Avila, é centrada em dois personagens que tentam amenizar os traumas do destino e partir para uma nova vida. Pilar e Bento (interpretados por Priscila Fantin e Bruno Lopes) são jovens viúvos que se conhecem virtualmente em um aplicativo de paquera e, depois de grande resistência, marcam o primeiro encontro. Ele perdeu a mulher no parto, cuida da filha pequena e superou um grave problema de saúde. O marido de Pilar, um bombeiro, morreu em um acidente de trabalho, e a moça não tem tido sorte em sua retomada. os ingredientes de fácil assimilação são gradativamente misturados em um caldeirão de elementos confusos. A predisposição para garantir o riso fácil, sobretudo da parte de Lopes, se sobrepõe a uma frágil estrutura narrativa e, mesmo Priscila, que conta com bons momentos nos palcos, como A Entrevista (2012) e A Besta (2014), se mostra perdida. Também diretores da montagem, os dois não imprimem empatia aos personagens, tampouco se esforçam para construir um retrato afetivo do casal. Diante da estrutura descosturada, mesmo o final resulta forçado e gratuito. Uma direção distanciada ajudaria a equilibrar as situações e, quem sabe, criaria uma unidade mais envolvente (90min). 16 anos. Estreou em 5/2/2020. Teatro Folha. Shopping Pátio Higienópolis. Quarta e quinta, 21h. R$ 50,00 (setor 2) e R$ 60,00 (setor 1). Até 26 de março.