Pasolini
- Direção: Abel Ferrara
- Duração: 84 minutos
- Recomendação: 18 anos
- País: França/Bélgica/Itália
- Ano: 2014
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
A pouco calorosa recepção no Festival de Veneza do ano passado a Pasolini já foi um atestado de seu futuro fracasso. Na intenção de “radiografar” a alma contestadora do diretor italiano, o cineasta americano Abel Ferrara realizou um filme frio, simplista e, como muitos trabalhos de sua carreira, pretensioso. A recriação de época, a reconstituição do assassinato de Pier Paolo Pasolini (1922-1975) e o empenho de Willem Dafoe em dar vida ao protagonista são os pontos altos. Fora isso, Ferrara, desajeitadamente, mescla a realidade e a ficção dos filmes do mestre — daí a boa oportunidade de rever Ninetto Davoli, ator de, entre outros, Os Contos de Canterbury e As Mil e Uma Noites. Em 1975, Pasolini está às voltas com o término de Saló ou Os 120 Dias de Sodoma. Ferrara abre espaço para mostrar que, além de um profissional do cinema, ele foi escritor e poeta. Trata-se, o.k., de uma homenagem autoral, mas o resultado não fica à altura do biografado. Estreou em 5/11/2015.