Parasita
- Direção: Joon-ho Bong
- Duração: 132 minutos
- Recomendação: 16 anos
- País: Coréia do Sul
- Ano: 2019
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
O ano está positivo para o cinema. Depois de Era uma Vez em… Hollywood e Coringa, mais um grande filme conquista a rara cotação máxima. Parasita levou a Palma de Ouro no último Festival de Cannes e representa a Coreia do Sul no Oscar 2020 de melhor produção internacional — e é quase certeza de que estará entre as cinco finalistas. No auge de sua carreira, o diretor Bong Joon-Ho, de O Hospedeiro, Mother e Okja, acerta no alvo, mesmo atirando para todos os lados. Sua original mistura de drama, humor, suspense e crítica social funciona à perfeição. A trajetória de uma família que vive no porão de um prédio com janelas para a calçada apresenta um início dramático. Marido e mulher não têm trabalho fixo e o filho e a filha largaram os estudos. Os quatro, então, ganham trocados montando caixas de papelão para uma pizzaria. Mas há algo estimulante nesse cenário tão miserável. O rapaz reencontra um amigo, que o indica para ser professor de inglês de uma adolescente, filha de um rico casal. Ele é o primeiro a entrar na mansão e vislumbrar um futuro promissor também para seus parentes. É bom parar por aqui para evitar spoilers. No roteiro “caixinha de surpresas”, os personagens têm caráter duvidoso, mas jamais questionado. Há elementos estranhos à estupenda crônica oferecida por Bong Joon-Ho, como crimes, acidentes fatais e aprisionamento por vontade própria. Mas até mesmo o que a princípio parece um pouco deslocado ganha todo o sentido no conjunto da obra. Direção: Bong Joon-Ho (Gisaengchung, Coreia do Sul, 2019, 132min). 16 anos. Estreou em 7/11/2019.