Papicha

Resenha por Miguel Barbieri Jr.

Representante da Argélia na corrida ao Oscar 2020 de melhor filme estrangeiro, o drama Papicha é inspirado em um caso real, ocorrido na década de 90. Nedjma (Lyna Khoudri) tem 18 anos, é estudante e quer ser estilista. Com suas amigas, burla o sistema opressor de seu país para levar uma vida, digamos, normal. Ela usa roupas modernas e bijuterias, paquera e permite ser paquerada e, durante a noite, dá suas escapadas para frequentar baladas. Só que o clima em Argel anda tenso e pesado porque os radicais islâmicos exigem que as mulheres respeitem as tradições e usem o hijab, vestimenta que só deixa o rosto à mostra. Em seu primeiro longa-metragem, a diretora Mounia Meddour se atropela ao querer recriar um fato. Seu roteiro é um típico “morde e assopra”. As passagens dramáticas são intercaladas o tempo inteiro com respiros de resistência, e algumas ações ficam sem explicação para o espectador. Direção: Mounia Meddour (Papicha, França/Argélia/Bélgica, 2019, 106min). 14 anos. Estreou em 31/10/2019.

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