Ovono
- Direção: Ricardo Karman
- Duração: 100 minutos
- Recomendação: 16 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Bem comum no cinema, a ficção científica é um gênero difícil de ser explorado no teatro. Umas das razões mais óbvias é que o palco exige um realismo capaz de tornar falsa qualquer tentativa de efeito especial. Por isso, o espetáculo Ovono, escrito e dirigido por Ricardo Karman, já garante interesse suficiente. Para completar, a peça apresenta uma história adulta, com referências cinematográficas e literárias incomuns, além de associações a temas políticos sobre a incompatibilidade do progresso tecnológico e a evolução da humanidade. O cenário é uma imensa bolha inflável onde um cientista (interpretado por Gustavo Vaz) desenvolveu um poderoso computador, o Ovono, dotado de inteligência artificial. Um militar (papel de Fábio Herford), no entanto, deseja usar a máquina como arma de guerra, já que ela não possui emoções e, bem mandada, tem facilidade de adaptação a idiomas e organizações sociais e políticas. A pertinente trama é embalada por uma produção detalhista que não soa estranha mesmo a quem rejeita robôs e afins. Amir Admoni criou uma direção de animação digital e vídeo, e Tito Sabatini elaborou um projeto multimídia que não soa como pura parafernália. Paula Arruda, Paula Spinelli, Bruno Ribeiro e César Brasil completam o elenco, que tem participações em vídeo de Lulu Pavarin, Vivian Bertocco, Beatriz Bianco e Vivian Vineyard. Estreou em 5/11/2016. Até 30/1/2017.