O Segredo de Davi

Resenha por Miguel Barbieri Jr.

Há, ao menos, duas boas surpresas em O Segredo de David: a estilosa direção de Diego Freitas e a dedicadíssima atuação de Nicolas Prattes (foto), ambos estreando no cinema. Também roteirista, Freitas peca por tornar complexo algo que seria bem mais simples: radiografar a mente perturbada de um jovem universitário, que sofre bullying por sua introspecção e, reprimido sexualmente, sente-se atraído por um colega mais velho (André Hendges). David (Prattes), no entanto, é mais do que um rapaz tímido e obcecado em capturar imagens das pessoas com uma câmera. Ele torna-se um matador e faz de sua solitária vizinha (a ótima Neusa Maria Faro) a primeira vítima. Criando uma clima crescente de tensão e fixado em deixar substancioso seu drama psicológico, o realizador, embora exagere na duração, mantém acesa a chama da originalidade, sobretudo por adentrar um terreno pouco explorado no cinema nacional. Outro acerto está no homoerotismo, que traz alta voltagem em algumas cenas. Direção: Diego Freitas (Brasil, 2018, 113min). 16 anos. Estreou em 22/11/2018.

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