O Rastro
- Direção: J. C. Feyer
- Duração: 90 minutos
- Recomendação: 14 anos
- País: Brasil
- Ano: 2016
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Pouco afeito ao gênero, o cinema nacional acertou pouco no terror em sua filmografia. Existem exceções, claro, como Trabalhar Cansa (2011) e Quando Eu Era Vivo (2014), para não ir muito longe. O Rastro mostra-se um criativo exemplar da safra. Na trama, um hospital público carioca em decadência está para fechar as portas e o doutor João (Rafael Cardoso) fica responsável pela transferência dos pacientes. Ele tem especial cuidado com uma garota órfã que, misteriosamente, desaparece após a remoção dos doentes. Numa jornada obsessiva por saber o paradeiro da menina, o médico vai descobrindo os podres de seus colegas corruptos. Há toques de sobrenatural, mas o roteiro enfatiza que o terror reside, mesmo, no precário sistema de saúde brasileiro. Apesar de alguns exageros (afinal, trata-se de uma ficção), o filme se destaca pelo sopro de renovação e pela formidável direção de arte, que reproduz um ambiente hospitalar fantasmagórico. Estreou em 18/5/2017.