O Que Está Por Vir

Resenha por Miguel Barbieri Jr.

Grande dama do cinema francês, Isabelle Huppert interpretou a protagonista do formidável Elle e, em 2016, ainda estrelou outro drama. Trata-se de O que Está por Vir, um bom título nacional para L’ Avenir (o futuro). Mas, ao contrário da performance arrasadora no filme de Paul Verhoeven, Isabelle está aqui mais contida, porém ainda brilhante. O grande trunfo do roteiro da diretora francesa mia Hansen love é dar à estrela uma personagem, digamos, convencional e colocá-la em situações cotidianas para que a plateia (sobretudo feminina) se identifique com ela. Isabelle vive Nathalie Chazeaux, professora de filosofia numa universidade de Paris. Casada e mãe de dois jovens, ela manteve contato com Fabien (Roman Kolinka), um ex-aluno idealista. Nathalie, contudo, fica surpresa ao receber um cartão vermelho do marido (André Marcon), que pede o divórcio para ficar com a amante. A partir daí, a realizadora entrega desdobramentos singelos, mas tocantes. Seja na tentativa de recomeço da vida afetiva, seja na turbulenta relação com a mãe deprimida (Edith Scob), a cineasta (de Adeus, Primeiro Amor e Eden) acerta no tom sóbrio e despretensioso. Estreou em 22/12/2016.

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