Damien Chazelle já havia demonstrado talento em Whiplash e foi consagrado como o diretor mais jovem a ganhar o Oscar, pelo exuberante musical La La Land. Seu retorno às telas se dá com O Primeiro Homem. Vale o aviso: Chazelle, embora mantenha o rigor visual, faz um trabalho bem mais intimista do que os anteriores. Quem está à procura de um filme sobre a chegada do homem à Lua com emoções e desventuras pode sair frustrado da sessão, tanto que a sequência em questão dura pouco menos de dez minutos. O livro de James R. Hansen que serviu de inspiração para a produção trata da trajetória do astronauta Neil Armstrong. Contudo, o roteiro cobre apenas o período que vai de 1962 a 1969, ou seja, capta do momento da morte de sua filha, de 2 anos, ao desfecho bem-sucedido da missão Apollo 11. Armstrong, pai de família e marido fiel (da (personagem de Claire Foy), era introspectivo, de poucas palavras e workaholic — não estranhe se a atuação de Ryan Gosling der sinais de apatia. A história enfoca, em ritmo arrastado e duração excessiva, desde os primeiros testes até a perda de colegas de profissão. Ao privilegiar a vida doméstica e os primórdios do protagonista na Nasa, Chazelle dispensou o óbvio para abraçar a ousadia. Pode ter ganho pontos ao imprimir um carimbo autoral, mas, certamente, há problemas para seu novo longa-metragem agradar aos fãs de sua filmografia. Direção: Damien Chazelle (First Man, 2018, 161min). 12 anos. Estreou em 18/10/2018.
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