O Pai
- Direção: Léo Stefanini
- Duração: 80 minutos
- Recomendação: 12 anos
Resenha por Mônica Santos
Escrita pelo francês Florian Zeller, a comédia dramática O Pai estreou em Paris com três prêmios Molière em 2012, antes de ganhar montagens na Inglaterra, nos estados Unidos e na argentina. No Brasil, o papel do protagonista caiu como uma luva ao experiente Fulvio Stefanini, de 76 anos, sessenta deles vividos como ator. Por essa performance, o artista faturou o Prêmio Shell de melhor ator do ano. Seu personagem da vez é um aposentado cheio de vitalidade cuja memória vacila cada vez mais. Enquanto isso, Carole (Carolina Gonzalez), sua filha, desdobra-se para ter uma carreira, viver o casamento e, principalmente, dar as melhores condições de vida ao pai. Suas decisões incluem levá-lo para morar com ela e contratar uma cuidadora (papel de Carol Mariottini) capaz de lidar com as alterações de humor do octogenário. Bastante perspicaz, o texto leva a plateia a vivenciar também aquilo em que o protagonista acredita — em algumas situações desse jogo da memória, chega a ser difícil dizer o que é realidade e o que é imaginação. Filho de Fulvio, Leo Stefanini dirige o espetáculo. Além do excelente texto, ele tem a seu favor um competente time de atores, que é completado por Lara Córdulla, Paulo Emílio Lisboa e Wilson Gomes, e recursos cênicos de primeira, a começar pelo cenário inteligente concebido por André Cortez e frequentemente movimentado pelo elenco. O resultado é uma peça leve, tocante e muito atual. Estreou em 12/8/2016.