O Orgulho da Rua Parnell
- Direção: Darson Ribeiro
- Duração: 80 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
O drama O Orgulho da Rua Parnell, de Sebastian Barry, ganha a cena com um realismo que, à primeira vista, pode espantar o público mais convencional. Aos poucos, no entanto, essa crueza, seja da ambientação ou das interpretações, se torna o principal trunfo para a conquista do espectador. Dirigida por Darson Ribeiro, a peça é encenada em misto de galeria de arte e antiquário, com os pagantes acomodados em cadeiras e sofás ali expostos, diante do palco improvisado. A protagonista passa um café nos primeiros minutos e, nessa atmosfera que parece eliminar o clima fantasioso, começam os depoimentos dos dois personagens. Joe Brady e Janet (representados por Alexandre Tigano e Claudiane Carvalho) moram na periferia de Dublin, na Irlanda. Malandro, ele rouba carros e descola dinheiro em pequenas falcatruas. Ela ama o marido e, apesar das dificuldades, cria feliz os três filhos. Um acesso de fúria dele, depois de um jogo de futebol, destrói a harmonia familiar e inicia um longo e doloroso processo, entre a negação e a aceitação, referente ao sentimento que os une. Toda estruturada em monólogos, a peça exige entrega redobrada de Tigano e Claudiane, surpreendentes na densidade dos personagens, e apresenta um raro equilíbrio, feito da direção. Com Enrico Bezerra. Estreou em 14/1/2017.