O Musical Mamonas
- Direção: José Possi Neto
- Duração: 130 minutos
- Recomendação: 12 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
No país do vale-tudo dos musicais, a trajetória efêmera da banda Mamonas Assassinas até que demorou para render um exemplar do gênero. Dirigido por José Possi Neto, O Musical Mamonas equivoca-se ao tratar o quinteto, morto em 1996, em um acidente aéreo, sete meses depois de estrear o disco, como se fosse detentor de uma obra capaz de sustentar um espetáculo. A dramaturgia de Walter Daguerre supervaloriza a curta história profissional do grupo, contada de forma linear em uma sequência de cenas arrastadas que totalizam quase três horas de duração. Por outro lado, Bento (Yudi Tamashiro), Dinho (Ruy Brissac), Júlio (Adriano Tunes), Samuel (Elcio Bonazzi) e Sérgio (Arthur Ienzura) são mostrados sem nenhuma variação de caráter ou comportamento. Eles não namoram, não fazem farras, não sofrem nem demonstram deslumbramento com a fama, sendo apresentados o tempo inteiro como rapazes brincalhões e inconsequentes. A ausência dessa faceta humana limita a identificação da plateia, que se envolve com os personagens somente durante a execução das populares canções do roteiro. Pelo menos, o elenco protagonista tem carisma para segurar o espírito irreverente do conjunto nessas interpretações, e Ruy Brissac aproxima-se da figura de Dinho. Já no time coadjuvante, um ator chama atenção: trata-se de Patrick Amstalden, versátil nos quatro personagens que defende, entre eles o produtor Rick Bonadio. Miguel Briamonte responde pela direção musical. Estreou em 11/3/2016.